17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MOURA, JANAINA RODRIGUES LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN<br />

CRUZ RODRIGUES.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO PERICIAL –<br />

INCAPACIDADE LABORAL – DOENÇA ANTERIOR À FILIAÇÃO AO RGPS – AUSÊNCIA DA QUALIDADE DE<br />

SEGURADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 90/92, que julgou improcedente<br />

o seu pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, VILMA<br />

MARIA DOS SANTOS (59 anos de idade), em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que é portadora de a<strong>tr</strong>ofia nas mãos e se encon<strong>tr</strong>a<br />

incapacitada para o exercício de atividade laboral; afirma a recorrente que sua incapacidade sobreveio à (nova) filiação no<br />

RGPS, por força de agravamento. Assim, requer a reforma da sentença, julgando procedente o pedido exposto na inicial. O<br />

INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />

caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />

(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado<br />

que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de<br />

atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. A recorrente requereu o benefício de auxílio-doença em 19/10/2009. Porém, teve seu pedido indeferido, sob a alegação<br />

de que não foi constatada, em exame realizado pela perícia médica do INSS, a incapacidade para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a<br />

sua atividade habitual (fl. 50).<br />

4. Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 69/72), que a<br />

autora é portadora de <strong>es</strong>pondiloar<strong>tr</strong>ose/osteoar<strong>tr</strong>ite aos níveis da coluna vertebral, punhos, interfalang<strong>es</strong> das mãos e tíbio<br />

fibular distal <strong>es</strong>querda e que segundo relatos da parte autora, a data do início da doença ocorreu há aproximadamente<br />

cinco anos. Verifica-se, também, que a autora apr<strong>es</strong>enta invalidez permanente para o exercício de atividad<strong>es</strong> laborais.<br />

5. De acordo com o CNIS de fl. 88, verifica-se que a autora possuiu vínculo urbano até abril de 1999, voltando a con<strong>tr</strong>ibuir<br />

para a Previdência Social, como con<strong>tr</strong>ibuinte individual, em junho de 2008. Conforme relatos da autora, ao perito médico<br />

judicial, a data de início da doença ocorreu há aproximadamente cinco anos, ou seja, a perícia médica foi realizada em<br />

15/12/2010, assim, a data de início da doença ocorreu em 2005, ano em que a autora não possuía mais a qualidade de<br />

segurada. D<strong>es</strong>te modo, quando a autora voltou a con<strong>tr</strong>ibuir para a Previdência Social, em junho de 2008, já era portadora<br />

de doença incapacitante. A incapacidade laborativa é fato incon<strong>tr</strong>overso, detectado pela perícia e admitido pelo INSS. A<br />

autora-recorrente, contudo, afirma que a incapacidade sobreveio por motivo de agravamento de sua doença, fato que, se<br />

comprovado, lhe daria direito ao benefício previdenciário.<br />

5. Não obstante a obscuridade do laudo pericial quanto à data de início da incapacidade (DII), há nos autos elementos de<br />

prova indicativos de que tal incapacidade preexistia à (re)filiação da autora-recorrente no RGPS, o que ocorreu em junho de<br />

2008. Com efeito, da leitura do laudo de densitome<strong>tr</strong>ia óssea da coluna lombar de fl. 19, afirma-se que a autora possui<br />

osteoporose em face da avaliação densitomé<strong>tr</strong>ica de L1-L4; que possui déficit de massa óssea de cerca de 28%, “...<br />

encon<strong>tr</strong>ando-se a densidade óssea -2,7 d<strong>es</strong>vio-padrão abaixo da média.” Afirma-se também no referido laudo que “o risco<br />

de fratura DOBRA a cada d<strong>es</strong>vio padrão negativo.”. Este laudo foi lavrado em 26/01/2005. Analisando seu teor, afere-se<br />

que a autora recorrente sofria risco de fratura de coluna lombar elevadíssimo, se comparada com uma p<strong>es</strong>soa sem a<br />

osteoporose detectada. Visto que tal laudo de densitome<strong>tr</strong>ia foi lavrado em janeiro de 2005, r<strong>es</strong>ta evidente que a<br />

incapacidade já existia em 2008, quando a autora novamente se filiou ao RGPS.<br />

6. Vale r<strong>es</strong>saltar, quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito<br />

Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial, produzido pelo juízo, é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!