17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

6. Tal entendimento <strong>es</strong>tá em consonância com o Enunciado nº 46 da Turma Recursal do Espírito Santo, que aduz: “A renda<br />

mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não<br />

deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica da<br />

Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. (DIO - Boletim da<br />

<strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009, pág 03 - anexo)”.<br />

7. N<strong>es</strong>se sentido, se revela também a jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização:<br />

”PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ESTATUTO DO IDOSO. ART. 34, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO.<br />

APLICAÇÃO ANALÓGICA. CÔNJUGE QUE PERCEBE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE VALOR MÍNIMO. I. O<br />

parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) pode ser aplicado por analogia à hipót<strong>es</strong>e em que o<br />

benefício percebido pelo cônjuge é de natureza previdenciária. II. É intuitivo que assim seja, na medida em que a finalidade<br />

da legislação <strong>es</strong>pecial do idoso é o de lhe assegurar uma renda mínima que lhe propicie a existência com dignidade, de<br />

modo que buscou a lei garantir a r<strong>es</strong>erva de um mínimo de recursos para tal fim. III. Precedente d<strong>es</strong>ta TNU no Proc<strong>es</strong>so nº<br />

2006.83.00.510337-1 (julg. 29.10.2008). IV. Pedido de Uniformização improvido. (PEDIDO 200870510028148, JUIZ<br />

FEDERAL RONIVON DE ARAGÃO, DJ 25/05/2010.)”<br />

8. O parecer socioeconômico (fls. 20/26) constatou que a única fonte de renda da família, composta pela autora e seu<br />

marido, é o benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição no valor de um salário mínimo mensal recebido pelo<br />

<strong>es</strong>poso (81 anos) da recorrida. Por meio do referido relatório social, verificou-se ainda, que o casal possui gastos com<br />

alimentação, energia, água, conta de telefone e, principalmente, com medicamentos - não adquiridos via SUS (Sistema<br />

Único de Saúde) -, uma vez que, tanto a autora quanto seu cônjuge, se apr<strong>es</strong>entam com idade avançada e saúde<br />

altamente debilitada em decorrência de diversas patologias incapacitant<strong>es</strong>, de forma que a renda mensal do <strong>es</strong>poso não<br />

vem suprindo tais d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as. Além disso, cabe d<strong>es</strong>tacar que a autora vive sob condição razoável de moradia (antiga, com<br />

pared<strong>es</strong> infil<strong>tr</strong>adas, en<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>os), com mobília simpl<strong>es</strong>, antiga e em mal <strong>es</strong>tado de uso. Deve-se, assim, ser d<strong>es</strong>considerada<br />

a aposentadoria do m<strong>es</strong>mo no cálculo da renda per capita. R<strong>es</strong>ta, por conseguinte, preenchido o requisito objetivo para a<br />

conc<strong>es</strong>são do benefício de amparo assistencial.<br />

9. Quanto ao prequ<strong>es</strong>tionamento do INSS no que diz r<strong>es</strong>peito à alegada violação dos dispositivos constitucionais de que<br />

<strong>tr</strong>atam os artigos 194, parágrafo único e 203, caput (legalidade); artigo 194, inciso III (seletividade e dis<strong>tr</strong>ibutividade); artigo<br />

195, § 5º (prévia fonte de custeio), bem como o artigo 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), verifico<br />

que não procedem tais alegaçõ<strong>es</strong>. Não há que se falar em violação d<strong>es</strong>t<strong>es</strong> dispositivos, uma vez que o Juízo a quo<br />

utilizou-se dos meios de interpretação da norma (hermenêutica) e de entendimento amplamente predominante na<br />

jurisprudência.<br />

10. D<strong>es</strong>tarte, houve o preenchimento dos requisitos para a percepção do benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada.<br />

11. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

12. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />

Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL<br />

86 - 0000643-25.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000643-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL<br />

(PROCDOR: RENATA BUFFA SOUZA PINTO.) x DARCI MENDONCA MORENA.<br />

1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 0000643-25.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000643-8/01)<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!