boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
11. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
12. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, fixados em 10% (dez por<br />
cento) da condenação, nos termos do artigo 55, caput da Lei n. 9.099/1995 e artigo 20, § 3º, alíneas “a”, “b” e “c” c/c art. 21,<br />
parágrafo único, ambos do CPC.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal<br />
dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,<br />
no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
124 - 0000493-14.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000493-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x ESPÓLIO DE ROSA GREGÓRIO PIROLA<br />
(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />
RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.52.000493-2/01<br />
RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RECORRIDO: ESPÓLIO DE ROSA GREGÓRIO PIROLA<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
EMENTA<br />
PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />
ESTATUTO DO IDOSO – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, DA LEI 10.741/03 – POSSIBILIDADE -<br />
CONFIGURAÇÃO DO REQUISITO DE MISERABILIDADE – BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DEVIDO – RECURSO<br />
IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 75/80, que julgou<br />
procedente o pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei nº 8.742/93 (LOAS) em favor da requerente<br />
idosa. Alega o INSS, em razõ<strong>es</strong> recursais, que a aplicação do parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/03 é r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ita à<br />
percepção de benefício assistencial concedidos a idosos de uma m<strong>es</strong>ma família, não autorizando interpretação ampliativa<br />
para abranger ou<strong>tr</strong>os benefícios previdenciários, de modo que a aposentadoria por idade recebida pelo <strong>es</strong>poso da autora<br />
não pode ser d<strong>es</strong>considerada para o cálculo da renda mensal per capita do grupo familiar. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 91/92.<br />
2. Conforme os termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido no valor de um salário<br />
mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso com 65 (setenta) anos ou mais, que comprove não possuir<br />
meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Por conseguinte, considera-se incapaz de prover<br />
à manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário<br />
mínimo vigente (§3º, art. 20 da Lei 8.742/93).<br />
3. No caso em qu<strong>es</strong>tão, ante o falecimento da parte autora no curso do proc<strong>es</strong>so não foi possível a realização do relatório<br />
social. D<strong>es</strong>sa forma, com base no procedimento adminis<strong>tr</strong>ativo às fls.49/63, observa-se que a autora (idosa-73 anos) r<strong>es</strong>idia<br />
unicamente com seu <strong>es</strong>poso, Sr. Jair Pirola, o qual recebia aposentadoria por invalidez no valor de um salário mínimo<br />
mensal.<br />
4. A Lei nº 10.741/03, em seu art. 34, parágrafo único, <strong>es</strong>tabeleceu que o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada, anteriormente<br />
concedido a qualquer dos membros component<strong>es</strong> do grupo familiar, que seja idoso e tenha pelo menos 65 anos de idade,<br />
não será computado para fins de cálculo da renda mensal per capita familiar a que se refere à supracitada Lei Orgânica.<br />
5. Ora, a pr<strong>es</strong>ente situação assemelha-se àquela prevista no art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso. Assim, como o<br />
benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, a<br />
aposentadoria com renda mínima recebida por membro da família que preencha o requisito etário também não deve ser<br />
computada para os fins da renda familiar per capita.<br />
6. Com efeito, <strong>es</strong>ta Turma Recursal já enfrentou a qu<strong>es</strong>tão por diversas vez<strong>es</strong>, tendo sumulado o entendimento por meio do<br />
Verbete nº 46, in verbis:<br />
A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de<br />
idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei<br />
Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. (DIO -<br />
Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009, pág 03 - anexo)