17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, conhecer do recurso e a ele dar parcial provimento, na forma da<br />

ementa que passa a integrar o julgado.<br />

Boaventura João Andrade<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Assinado ele<strong>tr</strong>onicamente<br />

28 - 0001129-15.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001129-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL<br />

(PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.) x ELIMARIO SCHUINA NUNES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA<br />

DOMENEGHETTI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 0001129-15.2009.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 1º JEF de Vitória<br />

Recorrente: UNIÃO<br />

Recorrido: ELIMARIO SCHUINA NUNES<br />

Relator: Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DE<br />

APOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO E, NO<br />

MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.<br />

Este recurso inominado foi interposto pela UNIÃO às fls. 58-65, em razão de sentença que julgou improcedente o pedido de<br />

declaração de inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> no período em que vigorou a Lei nº<br />

7.713/1988, e procedente o pleito de r<strong>es</strong>tituição dos valor<strong>es</strong> cobrados sobre a complementação de aposentadoria,<br />

declarando a inexistência da relação jurídico-<strong>tr</strong>ibutária en<strong>tr</strong>e as part<strong>es</strong> relativamente à incidência do referido imposto sobre<br />

as parcelas de complementação de aposentadoria que já foram <strong>tr</strong>ibutadas no período de vigência da Lei nº 7.713/1988<br />

(1º.01.89 a 31.12.95), condenando UNIÃO a r<strong>es</strong>tituir ao con<strong>tr</strong>ibuinte o que fora recolhido indevidamente a título de imposto<br />

de renda sobre sua aposentadoria complementar que, proporcionalmente, corr<strong>es</strong>ponder às parcelas de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

efetuadas pelo autor no período de vigência da Lei nº 7.713/1988 (1º.01.89 a 31.12.95). Argui a recorrente, preliminarmente,<br />

nulidade da sentença por violação do art. 460 do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil e pr<strong>es</strong>crição, tendo em vista que o pedido de<br />

devolução alcança valor<strong>es</strong> pagos há mais de dez anos do ajuizamento da ação, quando, em verdade, é de 05 (cinco) anos<br />

o prazo pr<strong>es</strong>cricional para repetição em casos como o pr<strong>es</strong>ente, contatos da data do pagamento indevido, nos termos do<br />

art. 168, inciso I, do Código Tributário Nacional, conjugado com os arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 118/2005. No<br />

mérito, pugna pela improcedência de todos os pedidos deduzidos na exordial e, eventualmente, pela adoção de ou<strong>tr</strong>o<br />

critério para apuração do valor a ser r<strong>es</strong>tituído ao con<strong>tr</strong>ibuinte. Com base nisso, requer seja conhecido e provido o recurso<br />

para, assim, reformar a sentença.<br />

As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> foram apr<strong>es</strong>entadas às fls. 70-79.<br />

Inicialmente, importa reforçar que o tema da lide é afeto à competência dos Juizados Especiais Federais, na medida em<br />

que, no Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> reafirmou o<br />

posicionamento daquela corte “no sentido de que a eventual nec<strong>es</strong>sidade de perícia não exclui da competência dos<br />

Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda s<strong>es</strong>senta salários mínimos”.<br />

Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e r<strong>es</strong>tituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre a<br />

complementação de aposentadoria são complementar<strong>es</strong> e compatíveis en<strong>tr</strong>e si, inexistindo a nulidade invocada pela<br />

recorrente.<br />

Por sua vez, no que pertine à pr<strong>es</strong>crição, o Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, quando do julgamento do Recurso Ex<strong>tr</strong>aordinário nº<br />

566.621/RS, assentou o entendimento de que, nas açõ<strong>es</strong> de repetição ou compensação de indébito <strong>tr</strong>ibutário ajuizadas<br />

após o decurso da vacatio legis de 120 dias prevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo pr<strong>es</strong>cricional é de 05<br />

(cinco) anos, a d<strong>es</strong>peito da data do pagamento indevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09.06.2005, a<br />

consagrada t<strong>es</strong>e dos “cinco mais cinco” não pode ser aplicada para regular a pr<strong>es</strong>crição.<br />

Quanto ao termo a quo do prazo pr<strong>es</strong>cricional, há que ser considerado o mês em que o beneficiário efetivamente passou a<br />

perceber o benefício corr<strong>es</strong>pondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei<br />

9.250/1995 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996 (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Minis<strong>tr</strong>o LUIZ FUX,<br />

PRIMEIRA TURMA, julgado em 20.05.2010, DJe 14.06.2010).<br />

Como o recorrido aposentou-se em 09.07.2005 (fl. 17) e a pr<strong>es</strong>ente ação foi ajuizada ant<strong>es</strong> de 16.02.2009 (fl. 18), não <strong>es</strong>tá<br />

pr<strong>es</strong>crita a pretensão de obter o r<strong>es</strong>sarcimento das retençõ<strong>es</strong> do imposto de renda sobre o benefício.<br />

Superadas as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> prévias, passa-se agora ao exame do mérito. N<strong>es</strong>sa seara, r<strong>es</strong>ta pacificado pela jurisprudência do<br />

Colendo STJ e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais que “não incide imposto de renda sobre os<br />

benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos<br />

beneficiários (excluídos os aport<strong>es</strong> das pa<strong>tr</strong>ocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/1988, ou seja, en<strong>tr</strong>e 01.01.1989 e<br />

31.12.1995 ou en<strong>tr</strong>e 01.01.1989 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. (PEDILEF<br />

200685005020159, Relatora Juíza <strong>Federal</strong> Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de 09.02.2009) (grifo nosso).<br />

Diante disso, para reconhecimento da procedência do pedido mister sejam preenchidos os seguint<strong>es</strong> requisitos: (1) que<br />

tenham ocorrido con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> por parte do autor no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!