17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

95 - 0003319-77.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003319-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUZIA CLEMENTE SOUZA<br />

(DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ<br />

GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 0003319-77.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003319-0/01)<br />

E M E N T A<br />

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –<br />

LAUDOS MÉDICOS PERICIAIS CONCLUSIVOS – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA<br />

MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, LUZIA CLEMENTE SOUZA (58 anos de idade), em face da<br />

sentença de fls. 92/93, que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS à conc<strong>es</strong>são do benefício de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada. Aduz a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que é portadora de ar<strong>tr</strong>ose nos joelhos e inchaço e dor<strong>es</strong> nas<br />

articulaçõ<strong>es</strong>, possuindo diagnóstico de ar<strong>tr</strong>ose difusa em joelhos e coluna e ar<strong>tr</strong>algia em joelhos e coluna. D<strong>es</strong>se modo,<br />

requer a reforma da sentença, e caso os laudos periciais sejam considerados omissos, que seja o julgamento convertido<br />

em diligência, para que nova perícia seja realizada com médico <strong>es</strong>pecialista em reumatologia. O INSS apr<strong>es</strong>entou<br />

con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir<br />

meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,<br />

considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma<br />

forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per<br />

capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

3. Ao se analisar o conjunto probatório nos autos, verifica-se que foram realizadas duas perícias médicas judiciais. Na<br />

primeira perícia (fls. 52/53), o perito médico, Dr. Marcelo Dettogni Sarmenghi, <strong>es</strong>pecialista em ortopedia e <strong>tr</strong>aumatologia,<br />

constatou que a recorrente não é portadora de doença e que não há incapacidade para o exercício de sua atividade habitual<br />

(doméstica). Na segunda perícia (fls. 68/71), o perito médico, Dr. Leonardo Q. Chav<strong>es</strong> M. Barros, clínico geral, constatou<br />

que a parte autora sofre de dor<strong>es</strong> articular<strong>es</strong>, porém não <strong>es</strong>tá incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

4. A parte autora impugnou os laudos médicos periciais, alegando ser nec<strong>es</strong>sária a realização de nova perícia médica na<br />

área de reumatologia. Entendo não ser nec<strong>es</strong>sária a realização de nova perícia, pois foram realizadas duas perícias<br />

médicas judiciais, uma com perito <strong>es</strong>pecialista em ortopedia e <strong>tr</strong>aumatologia e ou<strong>tr</strong>a com perito clínico geral. O médico<br />

perito é profissional capacitado, podendo se pronunciar sobre qualquer patologia, em qualquer área médica. Além disso, a<br />

matéria foi suficientemente <strong>es</strong>clarecida pelos peritos médicos.<br />

5. Assim, a hipót<strong>es</strong>e dos autos revela que não é devido o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada, tendo em vista que não ficou<br />

comprovada a incapacidade da recorrente.<br />

6. Vale r<strong>es</strong>saltar, quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito<br />

Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

7. D<strong>es</strong>sa forma, não é devido o benefício pleiteado por não <strong>es</strong>tarem preenchidos os requisitos nec<strong>es</strong>sários à sua<br />

conc<strong>es</strong>são.<br />

8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a recorrente é beneficiária da assistência judiciária<br />

gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!