boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
(ADVOGADO: ELVIMARA LOPES GONCALVES, RISONETE MARIA OLIVEIRA MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO<br />
SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).<br />
1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />
PROCESSO: 0000063-57.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000063-9/01)<br />
E M E N T A<br />
ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – RELATÓRIO SOCIAL – LAUDO<br />
MÉDICO PERICIAL CONCLUSIVO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo autor, DARLAN MALAVASI, menor, absolutamente incapaz, repr<strong>es</strong>entado<br />
por sua genitora LUZIA FREISLEBEN MALAVASI, em face da sentença de fls. 158/160, que julgou improcedente o seu<br />
pedido de condenação do INSS à conc<strong>es</strong>são do benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada. Aduz o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />
recursais, que é portador de diabet<strong>es</strong> mellitus que o incapacita para a vida normal. Alega, ainda, que por morar em zona<br />
rural, precisa arcar com gastos de <strong>tr</strong>ansporte, para d<strong>es</strong>locar-se para a cidade mais próxima a fim de <strong>tr</strong>atar de sua doença.<br />
Com isso, requer a reforma da decisão.<br />
2. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />
garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir<br />
meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,<br />
considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma<br />
forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per<br />
capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />
3. De acordo com o relatório social (fls. 102/104), o autor atualmente com 08 (oito) anos de idade, r<strong>es</strong>ide em casa própria<br />
com seus genitor<strong>es</strong> e um irmão. A renda familiar é proveniente do <strong>tr</strong>abalho do genitor, no valor de R$ 400,00(qua<strong>tr</strong>ocentos<br />
reais). Além disso, a assistente social afirma que o requerente recebe ajuda de sua avó paterna no valor de R$ 40,00<br />
(quarenta reais), bem como da Secretaria Municipal de Ação Social, que fornece uma c<strong>es</strong>ta básica mensal e da Secretaria<br />
Municipal de Saúde. A d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>a básica mensal é de R$ 70,00 (setenta reais) de energia elé<strong>tr</strong>ica, R$ 45,00 (quarenta e cinco<br />
reais) de gás, R$ 300,00 (<strong>tr</strong>ezentos reais) de medicamentos, R$ 200,00 (duzentos reais) de produtos agrícolas e R$ 80,00<br />
(oitenta reais) de <strong>tr</strong>ansporte.<br />
4. Ao se analisar o conjunto probatório nos autos, verifica-se que foi realizada perícia médica judicial (fls. 144/145) a fim de<br />
diagnosticar as moléstias que acometem a parte autora. O perito médico concluiu que ap<strong>es</strong>ar de o recorrente ser portador<br />
de diabet<strong>es</strong> mellitus, o m<strong>es</strong>mo não possui limitaçõ<strong>es</strong> que comprometam suas atividad<strong>es</strong> cotidianas. Em qu<strong>es</strong>ito do juízo de<br />
número 5, o perito r<strong>es</strong>ponde que é uma criança bem nu<strong>tr</strong>ida, ágil, inteligente, membros superior<strong>es</strong> e inferior<strong>es</strong> normais,<br />
abdômen normal, conversa e enxerga bem, audição normal e r<strong>es</strong>pondendo com coerência às perguntas feitas. Conclui que<br />
o autor <strong>es</strong>tá apto para a vida normal.<br />
5. O Ministério Público <strong>Federal</strong> se manif<strong>es</strong>tou pela improcedência da pretensão autoral (fls. 154/156 – verso), pelo fato de o<br />
autor não preencher o requisito da miserabilidade.<br />
6. No que tange ao requisito da incapacidade, de acordo com a perícia médica judicial (fls. 144/145), tal requisito não se<br />
encon<strong>tr</strong>a satisfeito, visto que o perito médico alegou não haver incapacidade da parte autora. Assim, a hipót<strong>es</strong>e dos autos<br />
revela que não é devido o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada, tendo em vista que não ficou comprovada a incapacidade do<br />
recorrente.<br />
7. D<strong>es</strong>ta forma, não é devido o benefício pleiteado por não <strong>es</strong>tarem preenchidos os requisitos nec<strong>es</strong>sários à sua<br />
conc<strong>es</strong>são.<br />
8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciária<br />
gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />
Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator