boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
5. Assim, não havendo incapacidade definitiva, requisito <strong>es</strong>sencial para a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por invalidez, não<br />
merecem guarida os argumentos expostos no pleito recursal.<br />
6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistência<br />
judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />
Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
79 - 0000024-23.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000024-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO<br />
SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x ISACK BABISKI (ADVOGADO: ELIZABETH<br />
GAVA DE SOUZA, GABRIELA PARMA MARÇAL, DANIELA DE CASTRO NEVES, MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA<br />
NEVES.).<br />
1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />
PROCESSO: 0000024-23.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000024-0/01)<br />
V O T O<br />
Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 43/45, que julgou procedente o pedido de<br />
ISACK BABISKI (41 anos de idade), condenando a autarquia previdenciária a r<strong>es</strong>tabelecer o benefício previdenciário de<br />
auxílio-doença d<strong>es</strong>de 26/10/2010, assim como a pagar ao autor a quantia vencida, d<strong>es</strong>de 26/06/2010, d<strong>es</strong>contado o período<br />
em que recebeu ou<strong>tr</strong>o benefício (20/01/2011 a 05/08/2011). Alega o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não houve<br />
comprovação capaz de ensejar o recebimento de auxílio-doença no período en<strong>tr</strong>e a conc<strong>es</strong>são dos dois benefícios<br />
previdenciários e, muito menos, no período após a c<strong>es</strong>sação ocorrida em 05/08/2011. A parte autora apr<strong>es</strong>entou<br />
con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> intemp<strong>es</strong>tivamente, motivo pelo qual tal peça será d<strong>es</strong>considerada.<br />
É o breve relatório. Passo a votar.<br />
A conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pelo art. 59 da<br />
Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> mensais e, ainda,<br />
<strong>es</strong>tar incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.<br />
O recorrido, motorista, atualmente com 41 anos de idade, foi submetido à perícia médica judicial (fls. 28/31) realizada no dia<br />
13/04/2011. O perito, durante a perícia médica judicial, constatou que o recorrido apr<strong>es</strong>entava tuberculose pulmonar<br />
multirr<strong>es</strong>istente, patologia que provoca incapacidade temporária para o <strong>tr</strong>abalho, nec<strong>es</strong>sitando de afastamento por tempo<br />
superior a 15 dias.<br />
Observa-se que a parte autora recebeu o benefício previdenciário en<strong>tr</strong>e os períodos de 30/10/2008 a 26/10/2010 e<br />
20/01/2011 a 05/08/2011. Regis<strong>tr</strong>e-se que na data em que foi realizada a perícia judicial, em 13/04/11, o autor <strong>es</strong>tava no<br />
gozo de auxílio-doença concedido adminis<strong>tr</strong>ativamente, como r<strong>es</strong>saltou o INSS em seu recurso: “(...) De plano, cumpre<br />
d<strong>es</strong>tacar que O LAUDO MÉDICO ELABORADO PELO PERITO JUDICIAL, acostado à fls. 28/31, realizado em 13/04/2011,<br />
CORROBOROU O ENTENDIMENTO ADMINISTRATIVO ao consignar que, naquele momento, encon<strong>tr</strong>a-se incapaz o<br />
autor. À época, o autor encon<strong>tr</strong>ava-se em pleno gozo de benefício. Cumpre d<strong>es</strong>tacar que, no que tange ao período da<br />
incapacidade, o laudo pericial se limitou a at<strong>es</strong>tar tal condição naquele momento, 13/04/2011, e informar que a recuperação<br />
levaria mais do que 15 dias. (...)” (fl. 49). Aparentemente tal dado foi ignorado na sentença.<br />
Com efeito, na sentença prolatada pelo juízo a quo, o r<strong>es</strong>peitável magis<strong>tr</strong>ado condenou o INSS a r<strong>es</strong>tabelecer o benefício<br />
de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a sua c<strong>es</strong>sação em 05/08/2011, assim como a pagar a quantia referente ao período de 26/10/2010<br />
e 19/01/2011. O INSS argumenta que não existe material probatório suficiente para con<strong>tr</strong>ariar a c<strong>es</strong>sação adminis<strong>tr</strong>ativa<br />
após 05/08/11 e, menos ainda, para afirmar a incapacidade laborativa no período en<strong>tr</strong>e os dois benefícios.<br />
No que se refere ao período compreendido en<strong>tr</strong>e 27/10/2010 e 19/01/2011, pr<strong>es</strong>ume-se que a parte autora não obteve<br />
r<strong>es</strong>ultados positivos quanto à sua recuperação, visto que o decurso temporal en<strong>tr</strong>e a c<strong>es</strong>sação do benefício (26/10/2010) e<br />
a nova conc<strong>es</strong>são (20/01/2011) é consideravelmente pequeno. Devido a <strong>es</strong>te lapso temporal ser, evidentemente, curto,<br />
pr<strong>es</strong>supõe-se que a incapacidade temporária ainda acometia a autora, impossibilitando-a de exercer atividad<strong>es</strong><br />
profissionais. Os laudos particular<strong>es</strong> de fls. 9/12 reforçam a percepção de que o autor não <strong>es</strong>tava em condiçõ<strong>es</strong> de exercer