boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
a modificação de acórdão, que deu parcial provimento ao recurso que interpôs, modificando os critérios relativos aos juros<br />
de mora, mas mantendo a sentença por seus próprios fundamentos em relação ao r<strong>es</strong>tante da condenação. A sentença de<br />
1º grau julgou parcialmente procedente o pedido, condenando a autarquia a r<strong>es</strong>tabelecer o auxílio-doença da parte autora<br />
d<strong>es</strong>de a sua c<strong>es</strong>sação (30/10/2009), bem como ao pagamento das pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> vencidas. Aduz o INSS que as parcelas<br />
referent<strong>es</strong> ao período em que o segurado exerceu atividade remunerada devem ser abatidas das parcelas vencidas<br />
referente ao auxílio-doença concedido, face à impossibilidade de percepção de salário concomitantemente com pagamento<br />
de benefício previdenciário por incapacidade. Apr<strong>es</strong>enta como paradigmas acórdãos da 2ª Turma Recursal da Seção<br />
Judiciária do Ceará e da 1ª Turma Recursal da Seção Judiciária do Mato Grosso. 2. Verifico, no entanto, que o acórdão<br />
recorrido se alinha com a posição d<strong>es</strong>ta Turma Nacional, que considera que o <strong>tr</strong>abalho exercido pelo segurado em período<br />
de incapacidade decorre da nec<strong>es</strong>sidade de sobrevivência, implicando ofensa ao princípio da dignidade humana, motivo<br />
pelo qual não impede o pagamento de benefício previdenciário equivocadamente indeferido, sob pena de o Judiciário<br />
recompensar a falta de eficiência do INSS. (Cf. Pedilef 20087252041361, Rel. Juiz Fed. Antônio Fernando Schenkel do<br />
Amaral e Silva, DOU 13/05/2011; Pedilef 200650500062090, Juiz <strong>Federal</strong> Antônio Fernando Schenkel do Amaral e Silva,<br />
DOU 25/11/2011). A circunstância a<strong>tr</strong>ai a aplicação da Qu<strong>es</strong>tão de Ordem n.º 13 d<strong>es</strong>ta Corte, impedindo o conhecimento<br />
d<strong>es</strong>te incidente. 3. Incidente não conhecido. (PEDIDO 200972540067463, JUÍZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS<br />
LEMOS FERNANDES, DOU 25/05/2012.)<br />
Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />
Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.<br />
Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Honorários advocatícios devidos pela recorrente fixados em<br />
10% sobre o valor da condenação, nos mold<strong>es</strong> do art. 20, § 3º, do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementa<br />
que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />
Boaventura João Andrade<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
Assinado ele<strong>tr</strong>onicamente<br />
27 - 0002559-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002559-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL<br />
(PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x RONALDO GONÇALVES VIANNA (ADVOGADO: MARIA<br />
DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 0002559-02.2009.4.02.5050/01 – Juízo de Origem: 1º JEF de Vitória<br />
Recorrente: UNIÃO<br />
Recorrido: RONALDO GONÇALVES VIANNA<br />
Relator: Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />
E M E N T A<br />
RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DE<br />
APOSENTADORIA. BIS IN IDEM. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU. RECURSO CONHECIDO E, NO<br />
MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.<br />
Este recurso inominado foi interposto pela UNIÃO às fls. 83-94, em razão de sentença que julgou improcedente o pedido de<br />
declaração de inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> no período em que vigorou a Lei nº<br />
7.713/1988, e procedente o pleito de r<strong>es</strong>tituição dos valor<strong>es</strong> cobrados a título de imposto de renda sobre a complementação<br />
de aposentadoria, declarando a inexistência de relação jurídico-<strong>tr</strong>ibutária en<strong>tr</strong>e as part<strong>es</strong> relativamente à incidência do<br />
referido imposto sobre as parcelas de complementação de aposentadoria que já foram <strong>tr</strong>ibutadas na época da vigência da<br />
Lei nº 7.713/1988 (01.01.1989 a 31.12.1995), condenando a UNIÃO a r<strong>es</strong>tituir ao con<strong>tr</strong>ibuinte o que fora recolhido<br />
indevidamente a título de imposto de renda sobre aposentadoria complementar que, proporcionalmente, corr<strong>es</strong>ponder às<br />
parcelas de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> efetuadas pelo autor no período de vigência da Lei nº 7.713/1988 (1º.01.89 a 31.12.95). Argui a<br />
recorrente, preliminarmente, nulidade da sentença por violação dos arts. 460 e 472, ambos do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil;<br />
inépcia da inicial por cumulação de pedidos incompatíveis en<strong>tr</strong>e si e pr<strong>es</strong>crição em relação a qualquer montante de <strong>tr</strong>ibuto<br />
pago nos 05 anos anterior<strong>es</strong> ao ajuizamento d<strong>es</strong>ta ação. No mérito, pugna pela improcedência de todos os pedidos<br />
deduzidos na exordial e, eventualmente, pela adoção de ou<strong>tr</strong>o critério para apuração do valor a ser r<strong>es</strong>tituído ao<br />
con<strong>tr</strong>ibuinte. Com base nisso, requer seja conhecido e provido o recurso para, assim, reformar a sentença.<br />
Não foram apr<strong>es</strong>entadas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />
Inicialmente, importa reforçar que o tema da lide é afeto à competência dos Juizados Especiais Federais, na medida em<br />
que, no Conflito de Competência nº 101.969/ES, DJE 12.03.2009, o Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> reafirmou o<br />
posicionamento daquela corte “no sentido de que a eventual nec<strong>es</strong>sidade de perícia não exclui da competência dos<br />
Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveito econômico não exceda s<strong>es</strong>senta salários mínimos”.<br />
Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e r<strong>es</strong>tituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre a<br />
complementação de aposentadoria são complementar<strong>es</strong> e compatíveis en<strong>tr</strong>e si, inexistindo, pois, a inépcia declarada pela<br />
recorrente.<br />
Por sua vez, no que pertine à pr<strong>es</strong>crição, o Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, quando do julgamento do Recurso Ex<strong>tr</strong>aordinário nº