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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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107<br />

As expressões “segundo Norman O. Brown“ e “se Ferenczi está correto“,<br />

indicam que a responsabilida<strong>de</strong> daquele discurso é dos autores citados,<br />

distanciando o discurso citante do discurso citado, <strong>de</strong>ixando claro que o outro é<br />

qu<strong>em</strong> está afirmando.<br />

Seguimos, segundo Norman O. Brown, “o caminho da<br />

sublimação“, da repressão do corpo e das gratificações<br />

substitutivas: estabelec<strong>em</strong>os, como valor educacional supr<strong>em</strong>o,<br />

o cultivo da inteligência pura que, se Ferenczi está correto, é<br />

uma conseqüência <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, expressão <strong>de</strong><br />

uma morte precoce e, <strong>em</strong> última instância, loucura<br />

racionalizada. (Norman O. Brown, Vida contra a morte,<br />

Petrópolis, Vozes, 1974, capítulo XVI) (CGE, p. 46-47)<br />

Encontramos na crônica Sobre jequitibás e eucaliptos algumas afirmativas<br />

<strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves sobre o sentido da vida, as quais se voltam para os atos <strong>de</strong> amor: o<br />

prazer, a alegria, a felicida<strong>de</strong>; isso tudo representado pela paixão como o segredo<br />

do sentido da vida. O autor recorre a Albert Camus, numa longa citação, que procura<br />

dar sustentação a suas divagações, e, para tal, utiliza-se <strong>de</strong> expressões como: “Dizia<br />

fulano...“, “fulano comenta que...“, “fulano diz...“, “fulano continua...“, o que<br />

<strong>de</strong>monstra as não-coincidências do dizer (Authier-Revuz, 2001), quanto à não-<br />

coincidência do discurso consigo mesmo, enfatizando que aquela fala é realmente<br />

<strong>de</strong> um outro locutor e não a sua.<br />

Dizia Camus que o único probl<strong>em</strong>a filosófico realmente sério é<br />

“julgar se a vida é digna ou não <strong>de</strong> ser vivida“.<br />

E ele comenta que, face a tal questão, todos os probl<strong>em</strong>as<br />

fácticos, científicos, per<strong>de</strong>m o seu sentido. “Nunca vi ninguém<br />

morrer pelo argumento ontológico“, ele diz.<br />

[...]<br />

“Se a terra gira <strong>em</strong> torno do sol ou se o sol gira <strong>em</strong> torno da<br />

terra, é uma questão <strong>de</strong> profunda indiferença.“ “Por outro lado“,<br />

ele continua:

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