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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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diacríticos geralmente utilizados para <strong>de</strong>limitar o discurso citado <strong>de</strong>ntro do discurso<br />

citante. Esses diacríticos também são utilizados como recurso <strong>de</strong> ênfase e/ou<br />

<strong>de</strong>staque <strong>de</strong> parte do discurso do outro. Entretanto, é comum, também, a presença<br />

<strong>de</strong> citações s<strong>em</strong> nenhum <strong>de</strong>limitador entre os discursos, entr<strong>em</strong>eando a voz do autor<br />

com a voz citada.<br />

124<br />

Esses recursos formais, a que Rub<strong>em</strong> Alves recorre, <strong>em</strong> citações ou<br />

referências ao outro, possibilitam uma leitura analítica, voltada à percepção da<br />

intencionalida<strong>de</strong> no uso do discurso relatado, consi<strong>de</strong>rando o estilo literário do autor<br />

e o aspecto pedagogizante dos escritos que compõ<strong>em</strong> o corpus <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

4.3.1. Recursos estruturais do discurso relatado<br />

T<strong>em</strong>os como característica básica do discurso direto a busca da<br />

representação da voz do outro da forma mais fiel possível, inclusive tentando usar as<br />

mesmas palavras do locutor citado. Entretanto, esse processo produz, efetivamente,<br />

uma simulação da fala do outro e não exatamente a “reprodução“, pois há uma<br />

dissociação entre a situação primeira do discurso citado e a que produz o discurso<br />

citante.<br />

Quanto ao discurso indireto, sua particularida<strong>de</strong> primeira é a indicação <strong>de</strong><br />

que a voz do outro se encontra inserida no pensamento do locutor, integrando a<br />

citação ao discurso citante, geralmente pelo conectivo que, s<strong>em</strong> diacrítico<br />

<strong>de</strong>limitador. Como já sab<strong>em</strong>os, o discurso indireto, sendo uma reelaboração do já<br />

dito, não visa ao uso das mesmas palavras do locutor citado.<br />

No corpus analisado, tanto o uso do discurso direto como do indireto<br />

<strong>de</strong>monstra graus <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> intencionalida<strong>de</strong> do autor. Outro<br />

aspecto que se <strong>de</strong>ixa transparecer é o pensamento filosófico-pedagógico <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong><br />

Alves.<br />

Indicando uma condução subjetiva da voz do outro, por meio da citação,<br />

encontramos alguns casos do uso do discurso direto. O autor se refere à voz do<br />

outro com o uso <strong>de</strong> modalizadores que intensificam e direcionam a leitura da citação<br />

e, por conseguinte, proporciona um alto grau <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> ao novo significado<br />

que a citação adquire, mesmo utilizando-se <strong>de</strong> um discurso direto, que, geralmente,<br />

propicia um efeito <strong>de</strong> maior objetivida<strong>de</strong>.

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