Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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escolanovismo piagetiano, tecnicismo pedagógico, não-diretivismo, escolanovismo<br />
espiritualista, escolanovismo popular, teorias crítico-reprodutivistas, teorias <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sescolarização; teorias antiburocráticas, concepção histórico-crítica.<br />
Dentre essas correntes da Escola Nova, o movimento voltado à intuição e<br />
ao espírito, <strong>de</strong>nominado Escolanovismo Espiritualista, teve sua efetiva e original<br />
forma <strong>de</strong>finida pelos escritos <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves, nas décadas <strong>de</strong> 70 e 80. Essa<br />
corrente do pensamento pedagógico brasileiro buscou um saudosismo bucólico,<br />
cultivando a não cientificização e a não racionalização do mundo, vendo na<br />
tecnologia, na tecnização e no planejamento metódico os responsáveis pela<br />
infelicida<strong>de</strong> humana.<br />
O escolanovismo espiritualista, numa perspectiva educacional romântica<br />
(GADOTTI, 1993, p. 256-260), con<strong>de</strong>na as conquistas da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. No entanto,<br />
não promove uma pedagogia crítica ou uma superação ao tecnicismo, pois, segundo<br />
Ghiral<strong>de</strong>lli (1994, p. 199),<br />
O caminho do escolanovismo espiritualista foi o <strong>de</strong> promoção da crítica<br />
passadista, que buscou não a superação da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas sim o cultivo<br />
do sonho da existência <strong>de</strong> um passado idílico, <strong>de</strong> um passado bom que,<br />
tendo ou não possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> voltar, <strong>de</strong>veria estar presente<br />
subjetivamente no nosso atuar cotidiano.<br />
A didática apresentada nos escritos <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves caracteriza-se por<br />
uma produção não convencional <strong>de</strong> fundamentação pedagógica, expressa por meio<br />
<strong>de</strong> crônicas, <strong>de</strong> contos, <strong>de</strong> estórias e <strong>de</strong> fábulas, com conclusões pedagógico-morais<br />
para o aluno e para o professor. Assim, ele propõe prováveis reflexões mais<br />
profundas, mais íntimas, indo além do racional, buscando na alma (espírito) o<br />
“sentido“ da educação, num constante ato <strong>de</strong> ensinar e apren<strong>de</strong>r.<br />
3.2. FACE DAS ÁGUAS: A VONTADE DE FELICIDADE<br />
“An<strong>de</strong>i pelos caminhos dos <strong>de</strong>uses: fui pastor e teólogo. Fiquei mais<br />
mo<strong>de</strong>sto, e passei a andar nos caminhos dos heróis: militei na política. Mas meus<br />
<strong>de</strong>uses e heróis morreram, e hoje ando no caminho dos poetas e das crianças.“ 31<br />
31 Ver Jornal da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Cruz. Santa Cruz do Sul, RS, Ano X, n. 37, ago./set. 2003.<br />
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