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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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Calcada nas concepções da filosofia da linguag<strong>em</strong>, a Teoria dos atos da fala é uma<br />

vertente da pragmática. O filólogo J. L. Austin, pioneiro <strong>de</strong>ssa concepção, também<br />

entendia a linguag<strong>em</strong> como um processo <strong>de</strong> ação, vislumbrando outros constituintes<br />

que <strong>de</strong>veriam ser consi<strong>de</strong>rados <strong>em</strong> seus estudos: os atos <strong>de</strong> fala, atos <strong>de</strong> discurso<br />

ou atos <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>. E, refletindo sobre as diversas ações humanas que se<br />

realizam através da linguag<strong>em</strong>, Austin <strong>de</strong>fine três tipos <strong>de</strong> atos 11 : atos locucionários,<br />

atos ilocucionários e atos perlocucionários.<br />

Assim, mesmo sabendo que os atos da fala são, por vezes, criticados<br />

pela sua unilateralida<strong>de</strong>, por colocar toda a carga <strong>de</strong> ação no locutor e por tratar<br />

mais especificamente da ação propriamente dita e não da interação, há que se<br />

concordar com a importância que esse estudo lingüístico teve, ao focalizar seu<br />

campo <strong>de</strong> pesquisa na “ação“ da língua e, conseqüent<strong>em</strong>ente, na subjetivida<strong>de</strong> que<br />

acompanha cada uma <strong>de</strong>ssas ações.<br />

É notório, nos estudos lingüísticos, que a produção do sentido textual teve<br />

gran<strong>de</strong>s avanços com a intensificação dos estudos pragmáticos da segunda meta<strong>de</strong><br />

do século XX. Mais precisamente na década <strong>de</strong> 1960, começou a <strong>de</strong>senvolver-se,<br />

na Europa, um outro ramo da Lingüística, a lingüística textual, que tomou como<br />

objeto <strong>de</strong> trabalho o texto, vendo-o como uma forma específica da manifestação da<br />

linguag<strong>em</strong>.<br />

consi<strong>de</strong>rando-o<br />

A lingüística textual toma o texto como a entida<strong>de</strong> lingüística básica,<br />

... uma unida<strong>de</strong> lingüística concreta (perceptível pela visão ou audição), que<br />

é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), <strong>em</strong> uma<br />

situação <strong>de</strong> interação comunicativa específica, como uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e<br />

reconhecida, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente da sua extensão (KOCH & TRAVAGLIA,<br />

1989, p. 9).<br />

A lingüística textual trata, portanto, o texto como ato <strong>de</strong> interação<br />

comunicativa, unificado no complexo universo das realizações humanas,<br />

consi<strong>de</strong>rando os aspectos voltados à expressão da subjetivida<strong>de</strong>. Também outras<br />

correntes <strong>de</strong> análise textual, com maior ou menor intensida<strong>de</strong>, vinculadas à<br />

11 Maingueneau comenta elucidativamente sobre a concepção <strong>de</strong> Austin quanto aos atos <strong>de</strong><br />

linguag<strong>em</strong>, no primeiro capítulo <strong>de</strong> Pragmática para o discurso literário. Ver MAINGUENEAU,<br />

Dominique. Pragmática para o discurso literário. Tradução <strong>de</strong> Marina Appenzeller. São Paulo: Martins<br />

Fontes, 1996. p. 6-9.<br />

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