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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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afirmando que “há uma alterida<strong>de</strong> constitutiva do sentido que faz a língua funcionar.<br />

Essa alterida<strong>de</strong> é uma m<strong>em</strong>ória dos sentidos, é a interdiscursivida<strong>de</strong>” (GUIMARÃES,<br />

1996, p. 101)<br />

Deste modo, reunidas sob a concepção interacionista <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>, que<br />

se r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a uma lingüística da enunciação, encontram-se diversas correntes<br />

teóricas, tais como: a lingüística textual, a teoria do discurso, a análise do discurso, a<br />

análise da conversação, a s<strong>em</strong>ântica argumentativa, e todos os estudos que se<br />

ligam à pragmática.<br />

V<strong>em</strong>os que, a partir da segunda meta<strong>de</strong> do século XX, passa a ser o<br />

centro dos estudos da linguag<strong>em</strong> uma lingüística que consi<strong>de</strong>re o discurso e o seu<br />

processo <strong>de</strong> constituição, levando <strong>em</strong> conta o locutor, o alocutário, a elocução, a<br />

produção <strong>de</strong>ste discurso, enfim, todo um contexto histórico-social, na idéia <strong>de</strong> que<br />

toda ação lingüística é subjetiva.<br />

1.2. Linguag<strong>em</strong> e subjetivida<strong>de</strong><br />

Muitos estudos específicos sobre a subjetivida<strong>de</strong> da linguag<strong>em</strong> têm sido<br />

realizados, principalmente na fase pós-saussuriana. Acreditamos ser pertinente<br />

abordar a subjetivida<strong>de</strong> e linguag<strong>em</strong>, partindo do início do século XX até as<br />

concepções datadas da década <strong>de</strong> 1960.<br />

Por consi<strong>de</strong>ramos a subjetivida<strong>de</strong> da língua como constitutiva da análise,<br />

compreensão e interpretação <strong>de</strong> um texto, abordar<strong>em</strong>os, <strong>de</strong> forma sucinta, a noção<br />

<strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> caracterizar a noção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> da<br />

linguag<strong>em</strong> que antece<strong>de</strong>u as concepções dos estudos pragmáticos.<br />

O pensador russo e filósofo da linguag<strong>em</strong>, Mikhail Bakhtin, po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado o precursor da teoria da enunciação, uma vez que <strong>em</strong> Marxismo e<br />

filosofia da linguag<strong>em</strong>, escrito <strong>em</strong> 1929, ao refletir sobre a língua, a fala e a<br />

enunciação, afirma que<br />

...o locutor serve-se da língua para suas necessida<strong>de</strong>s enunciativas<br />

concretas (para o locutor, a construção da língua está orientada no sentido<br />

<strong>de</strong> enunciação da fala). Trata-se, para ele, <strong>de</strong> utilizar as formas normativas<br />

num dado contexto concreto. Para ele, o centro gravitacional da língua não<br />

resi<strong>de</strong> na conformida<strong>de</strong> à norma da forma utilizada, mas na nova<br />

significação que essa forma adquire no contexto. [...] para o locutor o que<br />

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