Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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Jay W. Forrester, professor <strong>de</strong> administração no Massachusetts<br />
Institute of Technology, propôs a seguinte lei, que tomou o seu<br />
nome:<br />
“Em situações complicadas esforços para melhorar as<br />
coisas freqüent<strong>em</strong>ente ten<strong>de</strong>m a piorá-las,<br />
freqüent<strong>em</strong>ente piorá-las muito, e ocasionalmente a torná-<br />
las uma calamida<strong>de</strong>.“ (Alves, Rub<strong>em</strong>. Op. cit. 37 , p. 62)<br />
(CGE, p. 111)<br />
127<br />
Rub<strong>em</strong> Alves convoca Zaratrusta, na crônica Sobre jequitibás e<br />
eucaliptos, para referendar sua afirmativa <strong>de</strong> que “a um discurso que não é uma<br />
expressão do amor falta o po<strong>de</strong>r mágico <strong>de</strong> acordar os que dorm<strong>em</strong>, falta o po<strong>de</strong>r<br />
mágico <strong>de</strong> criar“ (ALVES, 1995a, p. 30). Utilizando o discurso direto, marcado pelas<br />
aspas, o autor cita a fala <strong>de</strong> um personag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ficção que também representa o<br />
pensamento do próprio filósofo Nietzsche.<br />
Além do caráter <strong>de</strong> afastamento da palavra do outro, neste caso, Rub<strong>em</strong><br />
Alves usa as palavras <strong>de</strong> Nietzsche para firmar uma concepção primaz do seu<br />
pensamento filosófico-pedagógico, a educação pelo amor, que visa <strong>de</strong>spertar a ação<br />
e a autonomia do educando, propiciando a escola da alegria e da felicida<strong>de</strong>,<br />
concepções estas inerentes ao pensamento do escolanovismo espiritualista.<br />
E Zaratustra conclui:<br />
“E esta será a vossa maldição, vós, que sois imaculados,<br />
vós, percebedores puros: nunca dareis à luz, ainda que<br />
estejais gordos e grávidos no horizonte.“<br />
(Ibi<strong>de</strong>m 38 , p. 235) (CGE, p. 30)<br />
Um outro caso <strong>de</strong> citação, indicativo da busca da palavra <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>,<br />
aparece na crônica Sobre o dizer honesto, quando o autor trata da impessoalida<strong>de</strong><br />
das ciências e afirma ser necessário que “recuper<strong>em</strong>os a corag<strong>em</strong> <strong>de</strong> falar na<br />
37 Tomorrow´s child, New York, Harper & Row, 1972.<br />
38 Friedrich Nietzsche, Thus spoke Zaratrusta, <strong>em</strong> Valter Kaufmann, The Portable Nietzsche, N. York,<br />
Vikings.