Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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“tolo” <strong>de</strong>mais, como forma <strong>de</strong> indicar que os outros filósofos é que consi<strong>de</strong>ram<br />
tolices as palavras <strong>de</strong> Nietzsche, o que <strong>de</strong>monstra distanciamento entre Rub<strong>em</strong><br />
Alves e os filósofos anti-nietzschianos.<br />
Ao ler o texto <strong>de</strong> Hesse tive a impressão <strong>de</strong> que ele estava<br />
simplesmente repetindo Nietzsche. O que é b<strong>em</strong> provável. Fui<br />
procurar e encontrei o lugar on<strong>de</strong> o filósofo (escrevo esta<br />
palavra com um pedido <strong>de</strong> perdão aos filósofos acadêmicos,<br />
que nunca o consi<strong>de</strong>rariam como tal, porque ele é poeta<br />
<strong>de</strong>mais, “tolo“ <strong>de</strong>mais...) diz que “a felicida<strong>de</strong> mais alta é a<br />
felicida<strong>de</strong> da razão, que encontra sua expressão supr<strong>em</strong>a na<br />
obra do artista. Pois que coisa mais <strong>de</strong>liciosa haverá que tornar<br />
sensível a beleza? Mas esta felicida<strong>de</strong> supr<strong>em</strong>a,“ ele<br />
acrescenta, “é ultrapassada na felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar um filho ou<br />
<strong>de</strong> educar uma pessoa“ . (AE, p. 9-10) [grifo nosso]<br />
Diversos casos <strong>de</strong> profusão <strong>de</strong> citações po<strong>de</strong>m ser encontrados no<br />
corpus analisado. Destacar<strong>em</strong>os alguns <strong>de</strong>sses momentos. Na crônica Sobre<br />
r<strong>em</strong>adores e professores, o autor sintetiza o pensamento freudiano e o marxista,<br />
quanto ao comportamento humano, resumindo-os a uma única voz, permitindo ao<br />
leitor concluir que ambos sejam pensadores <strong>de</strong> uma mesma concepção filosófica,<br />
ainda que aplicada a áreas distintas.<br />
Os gran<strong>de</strong>s mestres da crítica dos fundamentos foram Freud e<br />
Marx, muito <strong>em</strong>bora o caminho <strong>de</strong> Freud nos conduza à<br />
hermenêutica e o <strong>de</strong> Marx à economia. Creio, entretanto, que a<br />
postura <strong>de</strong> ambos po<strong>de</strong>ria ser assim resumida: o<br />
comportamento humano, individual e coletivo, se processa<br />
concomitant<strong>em</strong>ente com uma série <strong>de</strong> explicações intelectuais<br />
do mesmo, explicações que preten<strong>de</strong>m ser racionais mas que,<br />
no fundo, são ilusões ou i<strong>de</strong>ologias. (CGE, p. 101 e 102) [grifo<br />
nosso]<br />
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