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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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pensamento, recorrendo a Wittgenstein e sua afirmação <strong>de</strong> que “os limites <strong>de</strong> minha<br />

linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong>notam os limites do meu mundo“ (ALVES, 1995a, p. 67).<br />

118<br />

Cabe, aqui, uma reflexão sobre os escritos <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves, que,<br />

utilizando uma linguag<strong>em</strong> num estilo hábil e aparent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>spretensioso, por<br />

meio <strong>de</strong> crônicas --- que traz<strong>em</strong> breves histórias ilustrativas e metafóricas, numa<br />

condução que visa à anuência do leitor, e ricamente entr<strong>em</strong>eada por citações <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s pensadores do conhecimento humano --- busca a a<strong>de</strong>são do leitor ao seu<br />

pensamento pedagógico-filosófico.<br />

V<strong>em</strong>os que a idéia transmitida pela citação <strong>de</strong> epígrafe, utilizada na<br />

abertura <strong>de</strong>sta crônica, se reflete com ênfase no <strong>de</strong>senvolvimento do texto. E, nas<br />

palavras do autor, “educação é o processo pelo qual apren<strong>de</strong>mos uma forma <strong>de</strong><br />

humanida<strong>de</strong>. E ele é mediado pela linguag<strong>em</strong>“ (p. 66), sendo que “o que é<br />

<strong>de</strong>terminante, <strong>em</strong> última instância, é o amor“ (p. 75).<br />

Na crônica Sobre r<strong>em</strong>adores e professores, uma citação <strong>de</strong> epígrafe<br />

evoca as palavras do mat<strong>em</strong>ático Polya:<br />

“Comece pelo fim!“<br />

(Primeiro conselho do mat<strong>em</strong>ático<br />

Polya, ao que <strong>de</strong>seja apren<strong>de</strong>r<br />

a arte <strong>de</strong> resolver probl<strong>em</strong>as) (CGE, p. 83)<br />

Nessa crônica, Rub<strong>em</strong> Alves discorre sobre o método científico,<br />

questionando as pesquisas, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a idéia <strong>de</strong> que o pesquisador está s<strong>em</strong>pre<br />

r<strong>em</strong>ando, s<strong>em</strong> saber para on<strong>de</strong> está indo. A pesquisa científica é inquirida pelo seu<br />

excesso <strong>de</strong> cientificida<strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> significação humana.<br />

Mais uma vez, encontramos a marca pedagógica escolanovista do autor,<br />

voltada a uma pedagogia <strong>de</strong> humanização pela criativida<strong>de</strong>, prazer e felicida<strong>de</strong>.<br />

Esse aspecto também condiz com a Escola Nova no tocante a sua metodologia, a<br />

qual está voltada à liberda<strong>de</strong> na busca do conhecimento, numa idéia <strong>de</strong> que a<br />

aprendizag<strong>em</strong> se dá pela busca individual e subjetiva <strong>de</strong> cada aprendiz diante do<br />

objeto a ser apreendido, ou seja, o começo <strong>de</strong> tudo po<strong>de</strong> ser o fim.<br />

Começar pelo fim indica um rompimento com o método científico,<br />

invertendo o processo clássico da pesquisa e contradizendo toda a estrutura escolar<br />

que se pauta <strong>em</strong> metodologias sacralizadas.

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