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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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que aquelas palavras foram proferidas no final <strong>de</strong> suas vidas, ou seja, recorrendo a<br />

uma autorida<strong>de</strong> e a sua experiência <strong>de</strong> vida.<br />

138<br />

O autor conclui, na mesma seqüência <strong>de</strong> idéias, recorrendo a Hegel e ao<br />

verbo “observar“, que indica uma fala minuciosa, atenta, <strong>de</strong> prescrição ou preceitos,<br />

utilizando uma modalização que enfatiza e busca uma pronta a<strong>de</strong>são do leitor ao<br />

discurso relatado. Vejamos:<br />

... menos saber e mais sabor, como nos aconselham Barthes e<br />

Borges, ao final <strong>de</strong> suas vidas. Mas, como Hegel observou, as<br />

pessoas ficam sábias s<strong>em</strong>pre quando já é tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais...<br />

(CGE, p. 125)<br />

4.3.2.4. Modalização indicativa <strong>de</strong> l<strong>em</strong>brança<br />

O verbo “l<strong>em</strong>brar“ e a forma variante “não esquecer“, usados como<br />

<strong>de</strong>locutivos, são encontrados <strong>em</strong> algumas citações. Esses nos r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> à idéia <strong>de</strong><br />

trazer à mente algo outrora já sabido ou conhecido, dando à citação um aspecto <strong>de</strong><br />

prévia concordância, bastando apenas ativar na mente o discurso citado.<br />

Na crônica Sobre o dizer honesto, questionando a vinculação i<strong>de</strong>ológica<br />

do educador e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma reflexão sobre aquilo <strong>em</strong> que acreditamos, o<br />

autor procura redirecionar nossas certezas, transformando-as <strong>em</strong> incertezas,<br />

<strong>de</strong>sestabilizando crenças e verda<strong>de</strong>s, numa típica reflexão nietzschiana, e conclama<br />

a todos a não se esquecer<strong>em</strong> <strong>de</strong> que, às vezes, uma afirmativa quer dizer o<br />

contrário daquilo que afirma:<br />

Não po<strong>de</strong>mos nos esquecer, entretanto, que um dos ardis da<br />

palavra está <strong>em</strong> que ela freqüent<strong>em</strong>ente significa o oposto do<br />

que enuncia.<br />

“Guerra é paz.<br />

Liberda<strong>de</strong> é escravidão.<br />

Ignorância é força.“<br />

Estas eram as honestas divisas do Partido, no livro 1984, <strong>de</strong><br />

Orwell. (CGE, p. 50)

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