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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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primeira pessoa, dizendo com honestida<strong>de</strong> o que vimos, ouvimos e pensamos”<br />

(ALVES, 1995a, p. 40), como forma <strong>de</strong> humanizar o conhecimento científico.<br />

128<br />

Rub<strong>em</strong> Alves usa uma estrutura <strong>de</strong> discurso indireto, marcando a citação<br />

pelo usos das aspas, e incorporando-a à sintaxe da sua enunciação. De início, o<br />

autor não faz nenhum chamamento prévio ao autor citado, no entanto, ao final,<br />

apresenta entre parênteses uma referência bibliográfica <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhes, o que<br />

conclama o leitor para uma maior a<strong>de</strong>são ao discurso citado, visto ter explícitado a<br />

fonte do discurso citado.<br />

Cr<strong>em</strong>os que o uso <strong>de</strong> referências bibliográficas, neste caso, t<strong>em</strong> a<br />

intenção <strong>de</strong> conclamar o leitor não somente para atentar à palavra <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> do<br />

locutor citado, mas também, se possível, lê-lo no original.<br />

Vai-se a modéstia dos impessoais, modéstia que escon<strong>de</strong> a<br />

arrogância da pretensão <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong>. Não, é necessário<br />

reconhecer que “o mundo dos felizes é diferente do mundo dos<br />

infelizes” (Wittgenstein, Tractatus Logico-Philosophicus, São<br />

Paulo, Companhia Editora Nacional, 1968, p. 127 parágrafo<br />

6.43) (CGE, p. 40)<br />

Esses três últimos casos <strong>de</strong> citações mencionadas têm, <strong>em</strong> comum, a<br />

indicação pormenorizada das suas referências bibliográficas; também encontramos<br />

essa característica <strong>em</strong> outras citações. E, após analisar esses casos, enten<strong>de</strong>mos<br />

que existe, além da intensificação da palavra <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, uma indicação <strong>de</strong><br />

bibliografia, a qual o leitor <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves po<strong>de</strong>rá recorrer s<strong>em</strong>pre que o assunto<br />

<strong>em</strong> questão lhe <strong>de</strong>spertar a curiosida<strong>de</strong>.<br />

Também observamos que as indicações bibliográficas são postas quando<br />

o assunto trata, principalmente, <strong>de</strong> questões da epist<strong>em</strong>ologia filosófico-pedagógica<br />

do autor, o que sustenta nossa afirmação <strong>de</strong> que Rub<strong>em</strong> Alves busca um<br />

doutrinamento do seu leitor, por meio <strong>de</strong> “estórias” e reflexões estruturadas <strong>em</strong><br />

forma <strong>de</strong> crônicas, como se foss<strong>em</strong> apenas <strong>de</strong>poimentos pessoais, mas que traz<strong>em</strong><br />

imbuídas todas as concepções sócio-educativas do autor <strong>em</strong> questão.<br />

Constatamos que o uso do discurso indireto <strong>de</strong>nota uma carga mais<br />

expressiva <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> ao discurso citado, pois a escolha da situação e das<br />

palavras que representam a fala do outro é indicativa do direcionamento que o

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