Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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gritam: “o rei está nu”. A filosofia, conclui Kolakowski, é o bufão<br />
da socieda<strong>de</strong>: ela se ri daquilo que comumente se consi<strong>de</strong>ra<br />
sagrado. (Kolakowski, Leszek, Towards a Marxist Humanism,<br />
New York, Grove Press, 1968, p. 9 e seguintes) (CGE, p. 100-<br />
101)<br />
147<br />
Destacamos ainda, nessa mesma crônica, o uso do adjetivo<br />
“extraordinário”, indicativo <strong>de</strong> algo excepcional, fora do comum, singular e<br />
espantoso, usado por Rub<strong>em</strong> Alves como forma <strong>de</strong> modalizar o discurso relatado,<br />
enaltecendo o seu autor e todos aqueles que já recorreram a este texto, incluindo aí<br />
a si mesmo.<br />
No chamamento da citação há toda uma reverência e cuidado ao se pedir<br />
licença para citar Pe. Antônio Vieira, que fora citado pelo respeitado pesquisador da<br />
literatura, Alfredo Bosi, o qual, por sua vez, utilizou essa citação para prefaciar uma<br />
obra <strong>de</strong> Carlos Guilherme Mota:<br />
Peço licença para transcrever este extraordinário parágrafo <strong>de</strong><br />
Vieira, que Alfredo Bosi citou, no seu prefácio à obra <strong>de</strong> Carlos<br />
Guilherme Mota, I<strong>de</strong>ologia da Cultura Brasileira, pois ele vai ao<br />
âmago da questão:<br />
“Os antigos, quando queriam prognosticar o futuro,<br />
sacrificavam os animais, consultavam-lhes as entranhas,<br />
e conforme o que viam nelas, assim prognosticavam. Não<br />
consultavam a cabeça, que é o assento do entendimento,<br />
senão as entranhas, que é o lugar do amor; porque não<br />
prognostica melhor qu<strong>em</strong> melhor enten<strong>de</strong>, senão qu<strong>em</strong><br />
mais ama...” (Mota, Carlos Guilherme. I<strong>de</strong>ologia da<br />
Cultura Brasileira, São Paulo, Ática, 1977, p. xvii) (CGE,<br />
p. 105)<br />
Em outros momentos da análise do corpus, encontramos a palavra <strong>de</strong><br />
autorida<strong>de</strong> do locutor citado agregada a expressões modalizadoras que <strong>de</strong>monstram<br />
um sentimento <strong>de</strong> indignação diante das ações do educador. Na seqüência,<br />
analisar<strong>em</strong>os três <strong>de</strong>ssas ocorrências.