Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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segundo a sua excelência funcional, excelência esta que é<br />
s<strong>em</strong>pre julgada a partir dos interesses do sist<strong>em</strong>a. (CGE, p. 18-<br />
19)<br />
O que está <strong>em</strong> jogo não é uma administração da vocação,<br />
como se os poetas, profetas, educadores, pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> ser<br />
administrados.<br />
Necessitamos <strong>de</strong> um ato mágico <strong>de</strong> exorcismo. (CGE, p. 24)<br />
Não sei como preparar o educador. Talvez porque isto não seja<br />
n<strong>em</strong> necessário, n<strong>em</strong> possível... É necessário acordá-lo.<br />
(CGE, p. 33)<br />
Encontramos, na crônica Ensinar a alegria, um louvor à educação pela<br />
felicida<strong>de</strong> e pelo amor. Rub<strong>em</strong> Alves comenta que a felicida<strong>de</strong> é “uma taça que se<br />
<strong>de</strong>ixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas v<strong>em</strong> o t<strong>em</strong>po quando a taça<br />
se enche. Ela não mais po<strong>de</strong> conter aquilo que recebe. Deseja transbordar.”<br />
(ALVES, 1994, p. 11).<br />
E o educador, transbordante <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>rramar sobre seus<br />
educandos a felicida<strong>de</strong> <strong>em</strong> ensinar, para que estes se encham <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
apren<strong>de</strong>r. Para o autor, esta sim é a missão do mestre, “compartilhar com os<br />
homens a felicida<strong>de</strong> que mora nele” (ALVES, 1994, p. 11).<br />
Encontramos, nessa crônica, a síntese <strong>de</strong> todo o pensamento do<br />
escolanovismo espiritualista: a educação pelo amor e pela felicida<strong>de</strong>, e a busca da<br />
construção do amor e da felicida<strong>de</strong> do educando. A voz do escolanovismo permeia<br />
toda a crônica, <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rações, como:<br />
Pois ser mestre é isso: ensinar a felicida<strong>de</strong>. (AE, p. 11)<br />
O mestre nasce da exuberância da felicida<strong>de</strong>. E, por isso<br />
mesmo, quando perguntados sobre a sua profissão, os<br />
professores <strong>de</strong>veriam ter corag<strong>em</strong> para dar a absurda resposta:<br />
‘Sou um pastor da alegria...’ (AE, p. 12)<br />
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