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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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Mantendo o intuito <strong>de</strong> dar sustentação ao discurso enunciado, aparece<br />

também a citação <strong>de</strong> epígrafe, que busca na palavra <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> um reflexo para<br />

a idéia principal <strong>de</strong> todo o discurso. Ver<strong>em</strong>os essa função na seqüência.<br />

4.2.2.3. Citação-epígrafe<br />

Com o objetivo básico <strong>de</strong> mostrar a direção que será seguida pelo locutor,<br />

integrando o discurso citado ao todo da enunciação, a citação <strong>de</strong> epígrafe aparece<br />

isolada do corpo do texto, antece<strong>de</strong>ndo-o. Por, geralmente, ser retirada <strong>de</strong> textos<br />

consagrados e reconhecidos pelos leitores, como já vimos, a epígrafe funciona<br />

também como palavra <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />

Encontramos o uso <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> citação na abertura das seis crônicas,<br />

que integram o livro Conversas com qu<strong>em</strong> gosta <strong>de</strong> ensinar. Rub<strong>em</strong> Alves procura<br />

firmar a t<strong>em</strong>ática <strong>de</strong> cada crônica <strong>em</strong> epígrafes que perpassam pela filosofia,<br />

religião, conhecimento popular e científico, e filosofia <strong>de</strong> educação, aparent<strong>em</strong>ente,<br />

na busca <strong>de</strong> uma a<strong>de</strong>são do seu público leitor aos seus escritos, os quais evocam<br />

vozes diversas <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s dos mais diversos segmentos do saber universal.<br />

A primeira crônica, Sobre o riso, <strong>de</strong>staca brev<strong>em</strong>ente a importância do<br />

riso, do humor, da irreverência que circundam o ser humano diante da serieda<strong>de</strong>,<br />

induzindo o leitor a crer que o riso é fundamental para o ser humano e para a<br />

expressão da verda<strong>de</strong>.<br />

Essa característica (prazer, alegria, felicida<strong>de</strong>) está presente, não<br />

somente nesta crônica, como também <strong>em</strong> quase todos os escritos que compõ<strong>em</strong> o<br />

corpus <strong>de</strong>ste trabalho. Isso reflete o pensamento escolanovista da aprendizag<strong>em</strong><br />

pela socialização harmônica do educando, na busca <strong>de</strong> ações que tornam o ato <strong>de</strong><br />

ensinar e apren<strong>de</strong>r algo prazeroso, sendo o riso uma das formas mais explícitas <strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>monstrar uma alegria honesta, pois “rimos s<strong>em</strong> querer, contra a vonta<strong>de</strong>. Ele<br />

nos possui e faz o corpo inteiro sacudir <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong>...” (ALVES, 1995a, p. 8).<br />

A epígrafe recorre a Nietzsche, num recorte <strong>de</strong> citações, indicando a idéia<br />

<strong>de</strong> que as coisas sérias po<strong>de</strong>m ser realizadas por meio da alegria e da <strong>de</strong>scontração<br />

(riso).<br />

“Ri<strong>de</strong>ndo dicere severum.<br />

“Não é com o ódio que se mata,

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