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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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<strong>de</strong> forma clara e explícita ou <strong>de</strong> forma velada e até mesmo oculta e inconsciente,<br />

caracterizando-se pela aparição <strong>de</strong> outras vozes no enunciado.<br />

Por enten<strong>de</strong>rmos que a forma <strong>de</strong> apresentar um discurso relatado indica<br />

maior ou menor carga <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> intencionalida<strong>de</strong> numa enunciação, e<br />

que a escolha <strong>de</strong> uma e não <strong>de</strong> outra forma discursiva indica uma posição<br />

enunciativa do locutor, tratar<strong>em</strong>os das citações ou referências à voz do outro, neste<br />

sub-it<strong>em</strong>, enfocando o uso dos discursos direto e indireto, e do uso das aspas e do<br />

itálico.<br />

2.4.1.1. Discurso direto<br />

O caso mais claro e evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> citação é o que ocorre por meio do<br />

discurso direto, que, segundo Maingueneau (2001), exerce uma função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>limitador entre o discurso citante e o discurso citado, <strong>de</strong>ixando transparecer<br />

claramente que aquelas palavras são <strong>de</strong> outro. Além disso, o discurso direto<br />

não se contenta <strong>em</strong> eximir o enunciador <strong>de</strong> qualquer responsabilida<strong>de</strong>, mas<br />

ainda simula restituir as falas citadas e se caracteriza pelo fato <strong>de</strong> dissociar<br />

claramente as duas situações <strong>de</strong> enunciação: a do discurso citante e a do<br />

discurso citado (MAINGUENEAU, 2001, p. 140).<br />

No discurso direto, o locutor explicita as palavras do outro na teia<br />

discursiva, colocando-se como um porta-voz. “Seria mais exato ver nele uma<br />

espécie <strong>de</strong> teatralização <strong>de</strong> uma enunciação anterior e não uma similitu<strong>de</strong> absoluta“<br />

(MAINGUENEAU, 1997, p. 85), pois, sab<strong>em</strong>os que o discurso direto não faz um<br />

relato necessariamente fiel das falas que foram efetivamente pronunciadas, mas<br />

apresenta uma aproximação dos termos ditos, teatralizando e dramatizando a fala<br />

relatada. Ainda que não garanta uma reprodução fiel do discurso do outro, provoca<br />

um efeito <strong>de</strong> maior objetivida<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, mesmo que procure relatar como realmente as palavras foram<br />

proferidas, representará apenas uma encenação, <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte do<br />

entorno <strong>de</strong> sua enunciação original; ou ainda, po<strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> uma enunciação futura,<br />

<strong>de</strong>sejada, sonhada, não se preocupando com a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao “original“.<br />

O discurso direto busca indicar as palavras originais do locutor citado,<br />

mas fica evi<strong>de</strong>nte que não há como se reproduzir uma ocorrência <strong>de</strong> fala efetiva ---<br />

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