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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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O que, s<strong>em</strong> dúvida, põe <strong>de</strong> cabeça para baixo a forma<br />

burguesa <strong>de</strong> pensar, que acha que a proprieda<strong>de</strong> privada é<br />

uma <strong>de</strong>fesa, salvaguarda, fortaleza, couraça, do corpo.<br />

“A proprieda<strong>de</strong> privada nos tornou tão estúpidos e parciais<br />

que somente consi<strong>de</strong>ramos como nosso um objeto<br />

quando o possuímos... Assim, todos os sentidos físicos e<br />

intelectuais são substituídos pela simples alienação <strong>de</strong><br />

todos eles, o sentido do ter.” (Ibi<strong>de</strong>m 40 , parágrafo XXXIX,<br />

[4]) (CGE, p. 44)<br />

140<br />

Na crônica Sobre r<strong>em</strong>adores e professores, questionando o rigor dos<br />

métodos científicos, Rub<strong>em</strong> Alves cita, como ex<strong>em</strong>plo, os impasses vivenciados por<br />

Galileu Galilei diante da socieda<strong>de</strong> científica do século XVII. De início, a expressão<br />

“na verda<strong>de</strong>” já é um indicativo <strong>de</strong> que o autor conhece a verda<strong>de</strong> sobre esse<br />

assunto e preten<strong>de</strong> dizê-la a nós.<br />

S<strong>em</strong> se referir especificamente a alguém, mas a um “eles”, que po<strong>de</strong>mos<br />

enten<strong>de</strong>r que sejam os intelectuais cont<strong>em</strong>porâneos <strong>de</strong> Galileu, o autor usa o verbo<br />

“lançar”, como se as pessoas arr<strong>em</strong>essass<strong>em</strong> com muita força, muito ímpeto, uma<br />

acusação sobre o astrônomo italiano, e introduz a citação usando o verbo “alegar”,<br />

que carrega a idéia <strong>de</strong> uma afirmação infundada ou um pretexto para se afirmar<br />

algo. Ambos os casos modalizam a fala citada, <strong>de</strong>monstrando claramente uma<br />

subjetivida<strong>de</strong> do autor.<br />

Na verda<strong>de</strong>, uma das acusações que [eles] lançaram contra<br />

Galileu era <strong>de</strong> que lhe faltava rigor. Alegavam que o<br />

“verda<strong>de</strong>iro objetivo da indução física consiste <strong>em</strong> copiar e<br />

classificar fielmente os dados concretos; e não se lhes faz<br />

justiça se, ao invés <strong>de</strong> observar a natureza <strong>de</strong> todas e cada<br />

uma <strong>de</strong> suas manifestações particulares, se preten<strong>de</strong> convertê-<br />

la num sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> relações mat<strong>em</strong>áticas gerais e <strong>de</strong><br />

abstrações”. (CGE, p. 87-88)<br />

40 Karl Marx, Manuscritos Filosóficos e Econômicos.

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