Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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pensamentos e reflexões diante <strong>de</strong>sta t<strong>em</strong>ática, contribuindo para uma constante<br />
análise e reconfiguração dos referenciais teóricos <strong>de</strong>sses estudos.<br />
No início do século, os estudos lingüísticos <strong>de</strong> Saussure 2 e <strong>de</strong> seus<br />
seguidores priorizam a <strong>de</strong>scrição sincrônica da língua, com base no signo lingüístico,<br />
já que t<strong>em</strong> por el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> estudo especificamente a palavra.<br />
O interesse pela estrutura frasal só aparece, com <strong>de</strong>staque, na teoria<br />
Gerativista 3 <strong>de</strong> Noam Chomsky, quando a sintaxe se torna o centro dos estudos<br />
lingüísticos. No entanto, nessa teoria, o componente s<strong>em</strong>ântico não ocupava lugar<br />
relevante, sendo visto como el<strong>em</strong>ento interpretativo, com a função <strong>de</strong> apenas<br />
interpretar as estruturas sintáticas superficiais, oriundas <strong>de</strong> estruturas profundas a<br />
elas subjacentes. Uma linha <strong>de</strong>corrente do Gerativismo chomskyniano, o<br />
Transformacionalismo 4 , <strong>de</strong>u primazia ao componente s<strong>em</strong>ântico <strong>em</strong> relação ao<br />
sintático, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que as estruturas profundas seriam s<strong>em</strong>ânticas e não<br />
sintáticas. Entretanto, todos esses estudos focalizavam a linguag<strong>em</strong> sob um ponto<br />
<strong>de</strong> vista abstrato.<br />
A linguag<strong>em</strong> como ativida<strong>de</strong>, voltada às relações entre a língua e os seus<br />
usuários, como ação exercida, passou a ser objeto <strong>de</strong> investigação da lingüística,<br />
<strong>em</strong> estudos como os da Teoria da enunciação 5 e os da Teoria dos atos da fala 6 ,<br />
dando orig<strong>em</strong> ao que comumente se <strong>de</strong>signa <strong>de</strong> estudos pragmáticos.<br />
Estes se voltam para os estudos dos fatores que reg<strong>em</strong> as escolhas<br />
lingüísticas <strong>de</strong> um locutor na interação social e os efeitos <strong>de</strong>ssas escolhas sobre o<br />
alocutário, que participa do processo <strong>de</strong> locução. Mas esta indicação é bastante<br />
abrangente, não estando <strong>de</strong>marcados os seus limites <strong>de</strong> significação, pois, segundo<br />
Weedwood (2002, p. 146),<br />
... a pragmática, até o momento, ainda não é um campo <strong>de</strong> estudo coerente.<br />
Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> fatores governa nossa escolha <strong>de</strong> língua <strong>em</strong><br />
interação social, e ainda não está claro o que eles todos são, como se interrelacionam,<br />
e como <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os distingui-los <strong>de</strong> outras áreas reconhecidas da<br />
investigação lingüística.<br />
2 Ver SAUSSURE, Ferdinand. Curso <strong>de</strong> lingüística geral. São Paulo: Cultrix: Edusp, 1974.<br />
3 Ver ROULET, Eddy. Teorias lingüística, gramática e ensino <strong>de</strong> línguas. Tradução <strong>de</strong> Geraldo Cintra.<br />
São Paulo: Pioneira, 1978. cap. 3, p. 43-66.<br />
4 Ver COSERIU, Eugenio. Lições <strong>de</strong> lingüística geral. Tradução <strong>de</strong> Evanildo Bechara. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />
Ao livro técnico, 1980. cap. 9, p. 81-90.<br />
5 Ver BENVENISTE, Émile. Probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> lingüística geral I. Tradução <strong>de</strong> Maria da Glória Novak e<br />
Maria Luisa Néri. 4. ed. Campinas, SP: Pontes: Ed. da UNICAMP, 1995. cap. 20 e 21, p. 277-293.<br />
6 Ver AUSTIN, John L. How to do things with words. New York: Oxford University Press, 1965.<br />
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