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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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ensino-aprendizag<strong>em</strong>, por meio da educação pela paixão, pelo amor, atitu<strong>de</strong> que já<br />

estaria latente <strong>em</strong> cada educador, pois, conforme afirma,<br />

156<br />

A questão não é gerenciar o educador.<br />

É necessário acordá-lo.<br />

E, para acordá-lo, uma experiência <strong>de</strong> amor é necessária.<br />

Já sei a pergunta que me aguarda:<br />

“___ E qual é a receita para a experiência <strong>de</strong> amor, <strong>de</strong> paixão? Como se<br />

administram tais coisas? Que programas as constro<strong>em</strong>?”<br />

E aí eu tenho que ficar <strong>em</strong> silêncio, porque não tenho resposta alguma.<br />

[...]<br />

A paixão é o segredo do sentido da vida. (ALVES, 1995a, p. 24-25)<br />

O estilo <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves, que aqui <strong>de</strong>nominamos lítero-pedagógico, é<br />

marcado pela “crônica” parabólica acompanhada do uso enfático da voz do outro, e<br />

<strong>de</strong>nota o que Compagnon (2003) <strong>de</strong>nomina sintoma, ou seja, a individualização<br />

artística, que busca adaptar um discurso literário a seus fins mais <strong>em</strong>inentes, os<br />

quais, no caso <strong>de</strong> Alves, voltam-se para a diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> concepções filosófico-<br />

pedagógicas acor<strong>de</strong>s aos preceitos do Escolanovismo Espiritualista.<br />

A crônica é uma construção discursiva <strong>de</strong> estrutura relativamente simples,<br />

informal e <strong>de</strong> fácil acesso ao leitor. Justifica-se, portanto, sua opção pelo autor, <strong>em</strong><br />

lugar da mera pregação doutrinária, consi<strong>de</strong>rando a finalida<strong>de</strong> subjacente ao<br />

discurso produzido por Rub<strong>em</strong> Alves.<br />

Constatamos que as citações usadas exerc<strong>em</strong>, <strong>em</strong> sua maioria, a função<br />

<strong>de</strong> dar autorida<strong>de</strong> e respaldo ao pensamento enunciado por Rub<strong>em</strong> Alves.<br />

Provindas <strong>de</strong> uma ampla diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s representativas das mais<br />

variadas áreas da cultura humana, as citações ancoram-se mais na autorida<strong>de</strong> do<br />

autor citado do que na qualida<strong>de</strong> e pertinência do dito, evi<strong>de</strong>nciando-se a utilização<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> citações <strong>de</strong>snecessárias e oportunistas.<br />

De qualquer maneira, é inegável que a evocação <strong>de</strong> tão variado elenco <strong>de</strong><br />

pensadores notáveis, na construção discursiva <strong>de</strong> Rub<strong>em</strong> Alves, <strong>de</strong>monstra a<br />

erudição pessoal do autor, indiciada por ele próprio, seja <strong>de</strong> forma consciente ou<br />

inconsciente. A aceitação da filosofia por ele esposada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho do<br />

leitor, que po<strong>de</strong> posicionar-se como crítico ou como admirador.<br />

Neste espaço, on<strong>de</strong> dizer... é essencial, <strong>de</strong>ixamos rolar as palavras que<br />

<strong>de</strong>tínhamos conosco e nos propomos, agora, ao exercício da cont<strong>em</strong>plação do<br />

regato, que muito nos t<strong>em</strong> a ensinar...

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