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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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4.3.2.3. Modalização indicativa <strong>de</strong> aconselhamento<br />

137<br />

O uso da idéia <strong>de</strong> “conselho“, como forma modalizadora <strong>de</strong> introduzir a<br />

outra voz, aparece <strong>em</strong> algumas citações no corpus analisado. Esse tipo <strong>de</strong><br />

modalização provoca no leitor um maior respeito diante do autor citado, pois traz a<br />

idéia <strong>de</strong> que este é autorida<strong>de</strong> bastante para nos aconselhar.<br />

Na crônica Sobre o dizer honesto, tratando da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

conhecer as pessoas e as coisas além dos limites <strong>de</strong> nossa i<strong>de</strong>ologia, e reavaliar<br />

nossa condição <strong>de</strong> vida, Rub<strong>em</strong> Alves cita Nietzsche, evocando a idéia <strong>de</strong> que ele<br />

está nos aconselhando, e não fazendo uma simples afirmação:<br />

Nietzsche dá um conselho para qu<strong>em</strong> quer se casar que<br />

<strong>de</strong>veria ser dado a todo mundo. Diz ele que, no ardor do fogo<br />

do amor, cada um <strong>de</strong>veria se perguntar: “Será que vou<br />

agüentar conversar com esta (ou este) aí, até o fim da minha<br />

vida?“ (CGE, 37)<br />

Essa mesma idéia <strong>de</strong> aconselhamento é usada <strong>em</strong> duas outras citações.<br />

Na crônica Bolinhas <strong>de</strong> gu<strong>de</strong>, o autor, recorrendo ao pensamento <strong>de</strong> que somente<br />

se apren<strong>de</strong> se antes <strong>de</strong> tudo houver o esquecimento daquilo que já se apren<strong>de</strong>u,<br />

respalda essa idéia <strong>em</strong> Barthes, tido como um conselheiro que, <strong>em</strong> sua velhice,<br />

acumula a condição <strong>de</strong> pesquisador da educação e <strong>de</strong> sábio, que po<strong>de</strong> se dar a<br />

aconselhamentos:<br />

Fecho os meus livros <strong>de</strong> filosofia da educação (eruditos e<br />

complicados) e me disponho àquele exercício aconselhado por<br />

Barthes, já na ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avô: o exercício do esquecimento. É<br />

preciso esquecer o aprendido que nos fez adultos para se ver o<br />

mundo com novos olhos. (AE, p. 63)<br />

Encontramos novamente, na crônica Qualida<strong>de</strong> total <strong>em</strong> educação, que<br />

finaliza o livro Conversas com qu<strong>em</strong> gosta <strong>de</strong> ensinar, no último parágrafo, o uso do<br />

verbo “aconselhar“ numa evocação das falas <strong>de</strong> Barthes e Borges, informando ainda

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