INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

participação do povo nas organizações populares e sindicais “para conquistar e fazer valer os
seus direitos”, lutando por uma “sociedade livre, justa, igualitária, enfim uma sociedade sem
classes.” No encontro, foram estabelecidas propostas de luta nas questões relativas à terra, ao
trabalho e à violência. Nas questões sobre a terra, foram previstas, além de outras medidas, a
Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores, reforma fundiária urbana, recuperação do
sentido pleno da função social da propriedade e da posse, ampliação do direito ao acesso à
terra individual ou coletivamente, especialmente a improdutiva e a grilada.
O CDDH de Viçosa não se limitava a denunciar ofensas aos direitos humanos
ocorridas no Brasil. Em 28 de maio de 1986, o Jornal “Folha da Mata” trouxe uma
reportagem intitulada “Corte Suprema da Bolívia protesta contra intromissão do CDDH de
Viçosa”. O protesto foi em razão de telegrama enviado pelo CDDH, no dia 08 de maio
daquele ano, ao Presidente da Corte Suprema de Justiça de La Paz “acusando parcialmente,
por parte da Corte Suprema da Justiça, a prepotência militar e apoio indireto do atual governo,
no Juízo de Responsabilidade que está sendo feito na Bolívia contra os militares e outros
colaboradores da ‘cruel e sangrenta ditadura do ex-General Luis Garcia Mesa Tejada’”. Na
carta, “o CDDH pede ao magistrado, em nome da justiça e da paz, que interfira no Juízo de
Responsabilidade, para que o ex-ditador e seus colaboradores sejam condenados no crime de
‘lesa humanidade’”. Em resposta, o presidente da Corte Suprema enviou um telegrama ao
CDDH de Viçosa que, em seguida escreveu outra carta reafirmando sua disposição de
continuar lutando contra qualquer tipo de ditadura, em qualquer País.
A biografia de José Antônio Rodrigues Dias, para os nossos propósitos, deve levar em
consideração, principalmente, sua atuação como Presidente do Centro de Defesa dos Direitos
Humanos de Viçosa.
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