19.04.2013 Views

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e Garantias Individuais (Subcomissão Ic). Diário da Assembléia Nacional<br />

Constituinte. Ano I, nº 66, Suplemento. Brasília – DF, 27 de maio de 1987, p. 70.<br />

O termo discurso pode ser entendido de diferentes formas e p<strong>os</strong>suir diversas<br />

significações. 111 Para <strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> propósit<strong>os</strong>, procurarem<strong>os</strong> compreendê-lo como “o enunciado<br />

visto a partir das condições de produção – lingüísticas e sociais – que o geraram”<br />

(CARDOSO & VAINFAS, 1997, p. 377). Entendem<strong>os</strong> que essa definição se m<strong>os</strong>tra coerente<br />

com <strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> de análise do discurso.<br />

Ressalte-se, inicialmente, que “o pressup<strong>os</strong>to essencial das metodologias prop<strong>os</strong>tas<br />

para a análise de text<strong>os</strong> em pesquisa histórica é o de que <strong>um</strong> doc<strong>um</strong>ento é sempre portador de<br />

<strong>um</strong> discurso que, assim considerado, não pode ser visto como algo transparente.” [grif<strong>os</strong><br />

no original] (CARDOSO & VAINFAS, 1997, 377). Todavia, convém lembrar que<br />

[...] considerar o conteúdo histórico do texto dependente de sua forma não<br />

implica, de nenh<strong>um</strong> modo, reduzir a historia ao texto [...] Pelo contrário,<br />

trata-se antes de relacionar texto e contexto: buscar <strong>os</strong> nex<strong>os</strong> entre as idéias<br />

contidas n<strong>os</strong> discurs<strong>os</strong>, as formas pelas quais elas se exprimem e o conjunto<br />

de determinações extratextuais que presidem a produção, a circulação e o<br />

cons<strong>um</strong>o d<strong>os</strong> discurs<strong>os</strong>. Em <strong>um</strong>a palavra, o historiador deve sempre, sem<br />

negligenciar a forma do discurso, relacioná-lo ao social. Negar a<br />

redutibilidade da história ao texto não significa, por outro lado, admitir que<br />

haja <strong>um</strong>a história independente do texto. A história é sempre texto, ou mais<br />

amplamente, discurso, seja ele escrito, iconográfico, gestual etc., de sorte<br />

que somente através da decifração d<strong>os</strong> discurs<strong>os</strong> que exprimem ou contêm a<br />

história poderá o historiador realizar o seu trabalho. [grif<strong>os</strong> no original]<br />

(CARDOSO & VAINFAS, 1997, 378).<br />

Régine Robin, em sua obra História e Lingüística, também aponta <strong>os</strong> inconvenientes<br />

de se enxergar o texto de forma transparente, sem levar em consideração as características<br />

daquele que profere o discurso. Segundo Robin,<br />

111 Pode ser “sinônimo de fala (uso contingente da língua), em op<strong>os</strong>ição à língua (sistema estruturado de sign<strong>os</strong>);<br />

como unidade lingüística maior do que a frase – torna-se então sinônimo de mensagem ou enunciado; como<br />

conjunto de regras de encadeamento das frases ou grup<strong>os</strong> de frases que compõem <strong>um</strong> enunciado;” (CARDOSO<br />

& VAINFAS, 1997, p. 377).<br />

125

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!