INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Tem<strong>os</strong>, portanto, dois objetiv<strong>os</strong> principais. Em primeiro lugar, fazer <strong>um</strong> inventário d<strong>os</strong><br />
juristas brasileir<strong>os</strong> do século XX que, anteriormente à convocação da Assembléia Nacional<br />
Constituinte de 1987/1988, tiveram o direito de resistência como objeto principal de alg<strong>um</strong>a<br />
de suas obras. A partir do levantamento prop<strong>os</strong>to, irem<strong>os</strong> verificar as características<br />
(denominação, modalidades, formas de exercício, natureza jurídica) que tal direito ass<strong>um</strong>e na<br />
perspectiva d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> autores estudad<strong>os</strong>. Por fim, averiguarem<strong>os</strong> se <strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong><br />
relacionad<strong>os</strong> adotam <strong>um</strong>a ótica liberal-contratualista.<br />
N<strong>os</strong>so segundo objetivo consiste em analisar <strong>os</strong> <strong>debates</strong> <strong>acerca</strong> do direito de<br />
resistência ocorrid<strong>os</strong> na Assembléia Nacional Constituinte a partir de duas estratégias:<br />
identificação d<strong>os</strong> emissores d<strong>os</strong> discurs<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> o tema e exame do conteúdo d<strong>os</strong> discurs<strong>os</strong>,<br />
com o fim de compreenderm<strong>os</strong> a partir de quais perspectivas o direito de resistência foi<br />
abordado, tanto n<strong>os</strong> moment<strong>os</strong> em que foi defendido, quanto naqueles em que foi rechaçado.<br />
Como estam<strong>os</strong> tratando de <strong>um</strong> tema multidisciplinar, no qual o Direito, a História, a<br />
Sociologia e a Ciência Política atuam conjuntamente e de forma não hierárquica, tendo em<br />
vista que nenh<strong>um</strong>a destas ciências é capaz de dar resp<strong>os</strong>tas definitivas, muitas questões<br />
importantes que tangenciam o tema principal dependem de <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> mais aprofundado.<br />
Sendo assim, ao final, levantarem<strong>os</strong> alg<strong>um</strong>as hipóteses que, a partir d<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> já recolhid<strong>os</strong>,<br />
contribuirão para <strong>um</strong>a pesquisa futura.<br />
Não obstante a pluralidade de sentid<strong>os</strong> que a expressão “história das idéias”<br />
comporta 7 , entendem<strong>os</strong> que <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> n<strong>os</strong> moldes a que estam<strong>os</strong> n<strong>os</strong> propondo só é p<strong>os</strong>sível<br />
a partir de <strong>um</strong>a história das idéias jurídicas no Brasil. Nesse sentido, procuram<strong>os</strong> enfatizar a<br />
recepção das idéias européias – e, mais especificamente, das idéias liberais – no discurso<br />
jurídico brasileiro.<br />
7 Para <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> <strong>acerca</strong> da pluralidade (e ambigüidade) conceitual das noções de “idéia” e “história das idéias”<br />
ver artigo de Franciso Falcon (1997) <strong>sobre</strong> o tema. O autor, fazendo referência ao <strong>estudo</strong> de divers<strong>os</strong><br />
historiadores, aponta vári<strong>os</strong> ram<strong>os</strong> da história que, de alg<strong>um</strong>a forma, teriam como objeto o <strong>estudo</strong> das idéias, tais<br />
como: história das idéias propriamente dita, história intelectual, história cultural, história social das idéias.<br />
19