19.04.2013 Views

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

forma de restaurar as instituições democráticas. Em julho do mesmo ano, na XXIX Reunião<br />

Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Constituinte também<br />

apareceu na pauta de <strong>debates</strong>.<br />

Em 8 de ag<strong>os</strong>to de 1977, foi lida pelo jurista Goffredo Telles Junior, no pátio das<br />

Arcadas, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a “Carta a<strong>os</strong> Brasileir<strong>os</strong>”,<br />

doc<strong>um</strong>ento subscrito por divers<strong>os</strong> juristas do País, no qual se defendia <strong>um</strong> retorno ao estado<br />

de direito e a convocação de <strong>um</strong>a Assembléia Nacional Constituinte. 41<br />

Em seguida, o MDB – em convenção extraordinária – adotaria a idéia de convocação<br />

de <strong>um</strong>a Constituinte como <strong>um</strong>a de suas principais bandeiras de luta. Em 1978, por ocasião do<br />

lançamento de sua candidatura à sucessão de Ernesto Geisel, o general Euler Bentes ass<strong>um</strong>iu<br />

o compromisso de convocar <strong>um</strong>a Assembléia Nacional Constituinte até dois an<strong>os</strong> após sua<br />

p<strong>os</strong>se. Em março de 1979, o general João Baptista Figueiredo ass<strong>um</strong>iu a presidência,<br />

proclamando a intenção de “fazer deste País <strong>um</strong>a democracia”.<br />

Pode-se perceber, portanto, que, durante a década de 70, alg<strong>um</strong>as manifestações<br />

isoladas foram, a<strong>os</strong> pouc<strong>os</strong>, colocando a questão da Constituinte no cenário político nacional,<br />

41 Alguns trech<strong>os</strong> da “Carta a<strong>os</strong> Brasileir<strong>os</strong>”: “Das Arcadas do Largo de São Francisco, do ‘Território Livre’ da<br />

Academia de Direito de São Paulo, dirigim<strong>os</strong>, a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong> esta Mensagem de Aniversário, que é a<br />

Proclamação de Princípi<strong>os</strong> de n<strong>os</strong>sas convicções políticas. C<strong>os</strong>t<strong>um</strong>a-se dizer que a Constituição é obra do<br />

Poder. Sim, a Constituição é obra do Poder Constituinte. Mas o que se há de acrescentar, imediatamente, é que<br />

o Poder Constituinte pertence ao Povo, e ao Povo somente. [...] Em conseqüência, sustentam<strong>os</strong> que somente o<br />

Povo, por meio de seus Representantes, reunid<strong>os</strong> em Assembléia Nacional Constituinte, ou por meio de <strong>um</strong>a<br />

Revolução vitori<strong>os</strong>a, tem competência para elaborar a Constituição; que somente o Povo tem competência para<br />

substituir a Constituição vigente por outra, n<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> em que isto se faz necessário. [...] Não n<strong>os</strong> podem<strong>os</strong> furtar<br />

ao dever de advertir que o exercício do Poder Constituinte, por autoridade que não seja o Povo, configura, em<br />

qualquer Estado democrático, a prática de usurpação de poder político. [...] Proclamam<strong>os</strong> que o Estado legítimo<br />

é o Estado de Direito, e que o Estado de Direito é o Estado Constitucional. [...] Não n<strong>os</strong> deixarem<strong>os</strong> seduzir<br />

pelo canto das sereias de quaisquer Estad<strong>os</strong> de Fato, que apregoam a necessidade de Segurança e<br />

Desenvolvimento, com o objetivo de conferir legitimidade a seus at<strong>os</strong> de Força, violadores freqüentes da Ordem<br />

Constitucional. [...] Afirmam<strong>os</strong> que o binômio Segurança e Desenvolvimento não tem o condão de transformar<br />

<strong>um</strong>a Ditadura n<strong>um</strong>a Democracia, <strong>um</strong> Estado de Fato n<strong>um</strong> Estado de Direito. [...] Nenh<strong>um</strong> País deve esperar por<br />

seu desenvolvimento econômico, para depois implantar o Estado de Direito. Advertim<strong>os</strong> que <strong>os</strong> Sistemas, n<strong>os</strong><br />

Estad<strong>os</strong> de Fato, ficarão permanentemente à espera de <strong>um</strong> maior desenvolvimento econômico, para nunca<br />

implantar o Estado de Direito. Proclamam<strong>os</strong> que o Estado de Direito é sempre primeiro, porque primeiro estão<br />

<strong>os</strong> direit<strong>os</strong> e a segurança da pessoa h<strong>um</strong>ana. Nenh<strong>um</strong>a idéia de Segurança Nacional e de Desenvolvimento<br />

Econômico prepondera <strong>sobre</strong> a idéia de que o Estado existe para servir o homem.”. [grif<strong>os</strong> no original]. O<br />

texto integral do doc<strong>um</strong>ento se encontra disponível em:<br />

http://www.goffredotellesjr.adv.br/principal.aspx?tipo=2&Titulo=carta&id=5<br />

55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!