INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
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Em 1968, ingressou no PC do B, agremiação que, na época, atuava na ilegalidade.<br />
Presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Fil<strong>os</strong>ofia e do Diretório Central d<strong>os</strong><br />
Estudantes da UFCE, em outubro de 1968, ao participar do XXX Congresso da União<br />
Nacional d<strong>os</strong> Estudantes (UNE), realizado no Município de Ibiúna (SP), foi preso junto com<br />
tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> demais participantes da reunião. Libertado em seguida, foi enquadrado e punido pelo<br />
Decreto 477, que desligava o estudante de seu curso e impedia a sua matrícula em qualquer<br />
Universidade do País durante três an<strong>os</strong>. Em razão disso, não concluiu o curso universitário.<br />
Em 1969, já na clandestinidade, passou a integrar a direção da UNE. 74<br />
Em entrevista concedida ao Jornal Bom Dia, que circula na região de Ribeirão Preto,<br />
no interior de São Paulo, J<strong>os</strong>é Genoino falou <strong>sobre</strong> sua militância política na década de 1960.<br />
Na entrevista – que pertence à série 1968, 40 an<strong>os</strong> depois – Genoino contou <strong>sobre</strong> a organiza-<br />
ção e sua participação em moviment<strong>os</strong> estudantis, que culminou com sua prisão enquanto mi-<br />
litava na Guerrilha do Araguaia.<br />
Perguntado <strong>sobre</strong> como havia sido o período de sua vida entre <strong>os</strong> an<strong>os</strong> de 1964 e 1970,<br />
antes de sua ida para o Araguaia, Genoíno explicou que:<br />
Na época do golpe, eu era estudante secundarista e me identificava com a<br />
política. A partir de 1967 comecei a militar e entrei para a UNE (União Nacional<br />
d<strong>os</strong> Estudantes). No ano seguinte, já era filiado ao PC do B em Fortaleza.<br />
Naqueles dois an<strong>os</strong> participei do 29º Congresso da UNE em Vinhedo e<br />
fui preso no que chamo de abatedouro do movimento estudantil, em 1968 em<br />
Ibiúna. Fiquei detido por dez dias e, depois de minha libertação, no final do<br />
ano, fui ao Araguaia, integrar a luta armada contra a ditadura. 75<br />
74 “Genoino tornou-se conhecido em Fortaleza. G<strong>os</strong>tava de dar opinião nas assembléias lotadas, tinha <strong>um</strong> discurso<br />
coerente de esquerda, por causa de padre Salmito. Por isso, foi natural que na primeira eleição para o Centro<br />
Acadêmico seu nome surgisse como preferido. ‘Resisti durante mais de <strong>um</strong> mês. Sabia que se entrasse nisso, seria<br />
de cabeça.’ De novo o pressentimento. De novo sua vida estava para mudar. Era o ano de 1967. Genoino passou<br />
a freqüentar congress<strong>os</strong> clandestin<strong>os</strong> de estudantes e a organizar passeatas que em geral terminavam em confronto<br />
com a polícia. Acabou tendo sua primeira prisão preventiva decretada. Escondido, faltou a <strong>um</strong>a semana de<br />
trabalho. Tornou-se o maior líder estudantil do Ceará. Em dezembro de 1968, <strong>um</strong> dia após o anúncio do Ato Institucional<br />
número 5, que a<strong>um</strong>entou <strong>os</strong> poderes do presidente e permitiu maior repressão a<strong>os</strong> op<strong>os</strong>itores, Genoino<br />
fez seu último discurso na faculdade. Em seguida, lançou-se na clandestinidade.” Da clandestinidade à prisão.<br />
Reportagem feita pela jornalista Cecília Maia para a Revista Isto é Gente. 4 de ag<strong>os</strong>to de 2003.<br />
Disponível em: http://www.genoino.org/trajetoria_ver.php?idTrajetoria=729<br />
75 Entrevista concedida ao Jornal Bom Dia por J<strong>os</strong>é Genoino Neto. Disponível em:<br />
http://www.genoino.org/trajetoria_ver.php?idTrajetoria=750<br />
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