INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
as exigências de <strong>um</strong>a revolução democrática com <strong>os</strong> pass<strong>os</strong> no sentido da construção de <strong>um</strong>a<br />
sociedade socialista que o PT define como o seu objetivo maior?”. Weffort (1989, p. 73)<br />
defende a implantação de “reformas sociais de caráter democrático”, o que poderia incluir,<br />
por exemplo, a reforma agrária, o seguro-desemprego e <strong>um</strong>a política de distribuição de renda<br />
que beneficiasse <strong>os</strong> assalariad<strong>os</strong> e <strong>os</strong> setores mais pobres da população. O autor sustenta que,<br />
ao contrário do que geralmente afirma o pensamento da esquerda brasileira, as reformas não<br />
são fáceis, mas também não são imp<strong>os</strong>síveis. Por fim, afirma que é necessário revisar a noção<br />
clássica de revolução.<br />
Partindo da noção de que “considerar como válida ainda hoje a estratégia<br />
revolucionária prop<strong>os</strong>ta no Manifesto é, no mínimo, prova de agudo anacronismo”, Carl<strong>os</strong><br />
Nelson Coutinho (1989) clama “por <strong>um</strong> reformismo revolucionário”. Coutinho (1989, p. 11)<br />
defende que “a complexidade das sociedades modernas, entre as quais se inclui a brasileira,<br />
impõe <strong>um</strong>a concepção ‘processual’ de revolução”, ou seja, o autor compreende que “a<br />
‘mudança política radical’ pode e deve ser obtida através de <strong>um</strong> conjunto sistemático de<br />
reformas de estrutura, n<strong>um</strong>a estratégia que poderia ser definida como ‘reformismo<br />
revolucionário’”.<br />
Plínio de Arruda Sampaio (1986, p. 128), estudando a “controvertida questão da<br />
passagem para o socialismo”, afirma que é necessário encarar como <strong>um</strong>a das p<strong>os</strong>sibilidades a<br />
necessidade do emprego da violência. Todavia, explica que, aceitar a p<strong>os</strong>sibilidade de ruptura<br />
e violência, não exclui a p<strong>os</strong>sibilidade de alternativas de passagem que não envolvam<br />
necessariamente o emprego da força física, da luta armada e da repressão. O autor considera<br />
pouco provável que o processo de construção do socialismo no Brasil venha a seguir <strong>um</strong>a<br />
trajetória similar ao da Rússia e ao da China. Sampaio (1986, p. 130) explica que a prop<strong>os</strong>ta<br />
de socialismo do PT “não recusa o momento da rebeldia popular e da violência, mas não está<br />
obsessionado por ele”, e que o trabalho político do Partido “nesta etapa do processo histórico<br />
155