INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
1987. 62 P<strong>os</strong>teriormente, foi debatido alg<strong>um</strong>as vezes durante as reuniões das subcomissões.<br />
Por vezes foi defendido, e, em outr<strong>os</strong> moment<strong>os</strong>, rejeitado. Sendo assim, importa apresentar<br />
aqueles que participaram deste debate, ou seja, <strong>os</strong> emissores do discurso. Ressalte-se que n<strong>os</strong><br />
concentrarem<strong>os</strong> apenas naqueles constituintes ou cidadã<strong>os</strong> que se pronunciaram <strong>sobre</strong> o tema,<br />
e não naqueles que somente manifestaram sua aprovação ou rejeição através do voto.<br />
É importante enfatizarm<strong>os</strong> que, para <strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> propósit<strong>os</strong>, é necessária <strong>um</strong>a biografia<br />
que tenha como marco final o período de promulgação da Constituição de 1988. Isso porque<br />
estam<strong>os</strong> interessad<strong>os</strong> em traçar <strong>um</strong> perfil desses atores polític<strong>os</strong> no período da Constituinte e<br />
no período imediatamente anterior à Constituinte, com o objetivo de compreenderm<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />
motiv<strong>os</strong> que <strong>os</strong> levaram a proferir <strong>os</strong> seus discurs<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> o direito de resistência na ANC.<br />
A biografia pode ser considerada <strong>um</strong>a história da vida de <strong>um</strong> indivíduo 63 . Desta forma,<br />
podem<strong>os</strong> afirmar, em princípio, que ela tem <strong>um</strong> caráter extremamente particularizado e<br />
circunscrito no que diz respeito ao seu objeto de <strong>estudo</strong>. Ademais, utiliza métod<strong>os</strong> de<br />
investigação que diferem daqueles adotad<strong>os</strong> por historiadores que se lançam a análises<br />
quantitativas.<br />
O novo regime de historicidade, iniciado no século XX com a “Escola d<strong>os</strong> Annales” 64 ,<br />
procurou substituir a tradicional narrativa d<strong>os</strong> aconteciment<strong>os</strong> por <strong>um</strong>a “história-problema”.<br />
Ademais, propunha <strong>um</strong>a história de todas as atividades h<strong>um</strong>anas – e não apenas <strong>um</strong>a historia<br />
política –, bem como <strong>um</strong>a interdisciplinaridade. Era ainda quantitativa, no que concerne ao<br />
método, e h<strong>os</strong>til (ou pelo men<strong>os</strong> indiferente) em relação a<strong>os</strong> event<strong>os</strong> (BURKE, 1991).<br />
62 Diário da Assembléia Nacional Constituinte. Ano I, nº 55. Brasília – DF, 7 de maio de 1987. (ANEXO I)<br />
63 Neste sentido, por exemplo, Levi (1998) e Bourdieu (1998).<br />
64 A utilização da expressão “Escola d<strong>os</strong> Annales” é questionada por divers<strong>os</strong> motiv<strong>os</strong>. Em primeiro lugar, nem<br />
tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> historiadores ligad<strong>os</strong> à Revista Annales d’histoire économique et sociale, criada em 1929 por Marc<br />
Bloch e Lucien Febvre, pertenceram à “Escola d<strong>os</strong> Annales”. Ademais, a expressão acaba por ignorar as<br />
divergências individuais entre seus membr<strong>os</strong> e seu desenvolvimento no tempo. Burke (1991), por exemplo,<br />
apesar de utilizar tal denominação, admite que talvez seja preferível o epíteto “movimento d<strong>os</strong> Annales”. De<br />
acordo com Burke, somente depois da 2ª Guerra Mundial o movimento se aproxima verdadeiramente de <strong>um</strong>a<br />
“Escola”.<br />
86