19.04.2013 Views

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(PAUPÉRIO, 1997, p. 1), quanto <strong>um</strong>a simples mudança na Constituição (VILANOVA,<br />

1976).<br />

A partir das informações apresentadas na tabela acima, podem<strong>os</strong> levantar a hipótese –<br />

embora sua validação não seja o objeto do presente <strong>estudo</strong> – de que a ausência de <strong>um</strong>a<br />

teorização mais consistente no discurso jurídico brasileiro <strong>acerca</strong> do direito de resistência<br />

decorra da dificuldade de caracterizá-lo como <strong>um</strong> fenômeno jurídico, ou seja, da própria<br />

relutância por parte d<strong>os</strong> juristas em aceitar o exercício da resistência como <strong>um</strong> direito.<br />

Acreditam<strong>os</strong>, ainda, que o fato de estar localizado na fronteira d<strong>os</strong> camp<strong>os</strong> político e<br />

jurídico constitui <strong>um</strong> obstáculo ao desenvolvimento teórico do direito de resistência, tendo em<br />

vista que a sua elaboração conceitual fica suscetível às diversas “ideologias” 30 , variáveis de<br />

acordo com o contexto social e político.<br />

Partindo desses dad<strong>os</strong>, podem<strong>os</strong> refletir <strong>sobre</strong> a razão pela qual em n<strong>os</strong>so País a<br />

questão da resistência foi negligenciada no debate do direito público. Embora o assunto<br />

apareça constantemente no discurso do senso com<strong>um</strong>, foi pouco trabalhado no âmbito<br />

acadêmico.<br />

É interessante notar que De Plácido e Silva (1982, p. 122), em seu Vocabulário<br />

Jurídico, não define o direito de resistência, trabalhando apenas com o conceito de<br />

resistência 31 que, segundo ele, seria <strong>um</strong> meio de impedir-se a realização ou a execução de <strong>um</strong><br />

ato. Acrescenta o autor que a resistência pode ser ativa – quando firmada em at<strong>os</strong> de violência<br />

ou em ameaças, caracterizando-se pela op<strong>os</strong>ição – ou passiva, assemelhando-se à<br />

desobediência e revelando-se pelo não c<strong>um</strong>primento à ordem recebida. Nesta última hipótese,<br />

a resistência estaria baseada na omissão ou na inação.<br />

30 Acerca do emprego do termo ideologia neste trabalho, vide nota de rodapé número 4.<br />

31 Do latim, resistentia, de resistere (resistir, opor-se, reagir), em sentido lato entende-se toda reação ou<br />

op<strong>os</strong>ição, a que se faça ou se execute alg<strong>um</strong>a coisa (SILVA, 1982, p. 122).<br />

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!