19.04.2013 Views

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

INTRODUÇÃO Faremos um estudo sobre os debates acerca ... - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

problema central é o seguinte: qual é o valor maior? O valor maior é o<br />

princípio da soberania popular ou o valor maior é o princípio da opressão?<br />

Se o valor maior é o princípio da soberania popular, em nome da soberania<br />

popular e d<strong>os</strong> Direit<strong>os</strong> Fundamentais da Pessoa H<strong>um</strong>ana, grup<strong>os</strong> de cidadã<strong>os</strong><br />

podem rebelar-se contra a tirania e a opressão quando esses direit<strong>os</strong><br />

estiverem violad<strong>os</strong> [...].[grif<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong>]. 131<br />

Após o discurso do Constituinte J<strong>os</strong>é Genoino, procedeu-se à votação da Emenda, que<br />

foi rejeitada. Do total de 75 vot<strong>os</strong>, 25 Constituintes votaram a favor e 50 Constituintes<br />

votaram contra.<br />

<strong>Farem<strong>os</strong></strong>, inicialmente, alg<strong>um</strong>as observações de ordem metodológica. Ressalte-se a<br />

advertência feita por Carl<strong>os</strong> Guilherme Mota <strong>acerca</strong> d<strong>os</strong> <strong>estudo</strong>s de “tomada de consciência”:<br />

Do ponto de vista metodológico, a grande dificuldade para <strong>estudo</strong>s de<br />

tomada de consciência deriva do simples fato de que tais fenômen<strong>os</strong> não são<br />

mensuráveis. Como medir <strong>um</strong>a tomada de consciência? Como medir<br />

consciências revolucionária, reformista ou conservadora? [grifo no original]<br />

(MOTA, 1979, p. 17).<br />

Essa dificuldade fica bastante evidente quando n<strong>os</strong> defrontam<strong>os</strong> com <strong>os</strong> <strong>debates</strong> <strong>acerca</strong><br />

do direito de resistência ocorrid<strong>os</strong> na Constituinte. Como verem<strong>os</strong>, nem sempre o discurso<br />

proferido pelo locutor é coerente com a sua trajetória de vida e com as características do seu<br />

partido. Isso fica bastante claro no discurso de Genoino.<br />

Para Règine Robin (1977, p. 47), no discurso, o locutor “se dá tal como quer aparecer,<br />

ou tal como se vê em função de seu sistema de representações, e não diretamente tal como sua<br />

prática política e como a significação, a função social de sua prática política o define”. A<br />

autora, trabalhando com <strong>os</strong> conceit<strong>os</strong> formulad<strong>os</strong> por J. B. Marcellesi em sua obra Problèmes<br />

de socio-linguistique: le congrès de Tours (1970), explica que:<br />

pela simulação, o locutor toma de empréstimo o vocabulário de <strong>um</strong> grupo<br />

que não é o seu para sustentar <strong>um</strong> discurso de seu grupo, fazendo-o aparecer<br />

131 Diário da Assembléia Nacional Constituinte. Ano II, nº 171, Suplemento “C”. Brasília – DF, 27 de janeiro de<br />

1988, pp. 914-915. (ANEXO IV)<br />

148

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!