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Projeto Básico Ambiental - Philip M. Fearnside - Inpa

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MADEIRA ENERGIA S.A – MESAmosquitos que se utilizam das áreas inundadas dessas usinas como criadouros. Pode-se incluirneste cenário recente, a construção das usinas hidrelétricas de Balbina (Amazonas), Samuel(Rondônia) e Tucuruí (Pará), onde a formação dos grandes reservatórios nas áreas de montantefoi acompanhada da introdução desordenada de populações humanas, vindas de importantesregiões endêmicas para doenças transmitidas por mosquitos, dentre as quais a malária (TADEI etal., 1993; GUIMARÃES et al., 1997; 2004).A utilização dos recursos hídricos, por meio de represamento de rios é uma forma que interferenas comunidades biológicas em decorrência da transformação de ambientes lóticos em lênticos.Esses impactos afetam as imediações, demarcando contornos comumente reconhecidos comoárea de influência. A pressão antrópica vigente e a proximidade da área de alagamento da UsinaHidrelétrica tornam necessário à realização de um estudo da fauna de culicídeos (GOMES et al.,2007).Segundo os dados apresentados no EIA/RIMA (2005), os estudos entomológicos realizados peloINPA, em 2004, revelam que a área dos aproveitamentos hidrelétrico de Santo Antonio e Jirau(RO) apresentam uma grande diversidade e densidade de insetos, vetores de importantesdoenças que afetam o ser humano. Os dados mostram que as áreas próximas às cachoeiras deJirau e Santo Antônio possuem uma alta densidade de A. darlingi, considerado principal vetor damalária na Amazônia brasileira. Ainda segundo este estudo, existe uma grande diversidade decriadouros que se alternam de acordo com a cota do rio e que servem de sítio para procriação demosquitos dos gêneros Anopheles, Culex e Mansonia, que possuem alta densidade e hábitoshematofágicos que poderão causar doenças e sérios incômodos para as populações humanas.A flutuação dos valores de abundância das espécies desses gêneros está associada à formaçãodo igapó, que ocorre com o aumento da cota do rio Madeira. À medida que o rio se eleva são osanofelinos que primeiro se reproduzem e têm suas densidades aumentadas, explorando os novosnichos; o gênero Mansonia surge em seguida, em função de estar na dependência do aumentodas áreas com macrófitas, uma vez que suas larvas se fixam em suas raízes. De fato, à medidaque o igapó vai se formando, as macrófitas vão se instalando, proporcionando condições dereprodução às espécies desse gênero, especialmente para M. titillans, que predomina ao longode toda a área. Com o refluxo das águas, formam-se os criadouros marginais, nichos dereprodução de C. quinquefasciatus, que mostram um pico de abundância no período Abril/Maio.Estes dados são indicativos de que deve haver substituição das espécies, à medida que asalterações ambientais ocorrem no igapó, com aumento da cota do rio.As áreas de florestas formam o hábitat natural para um grande número de espécies de mosquitosnocivos ao homem, tais como o Haemagogus, envolvido na transmissão das arboviroses, como afebre amarela e os flebotomíneos responsáveis por transmitir a leishmaniose cutâneo-mucosa.Animais silvestres como o macaco, tatu e pequenos roedores são apontados como hospedeirosintermediários nos ciclos de transmissão destas doenças. A infecção do homem se dá a partir desua entrada nas áreas de floresta, em especial nas ações de desmatamento e extração demadeira. Ressalta-se ainda que a cidade de Porto Velho mostra altos índices de ocorrência deAedes aegypti e que este vetor já foi registrado em Jaci-Paraná, fato que amplia o risco de ocorrera Febre Amarela urbana. Caso não haja uma vigilância contínua e efetiva, a infestação poderá seestender para os outros núcleos urbanos da área, como Mutum-Paraná e Abunã, visto que há umintenso trânsito entre estas localidades.1.3. Aumento na incidência da maláriaPBA - AHE Santo Antônio - Programa de Saúde Pública – Anexo 01 – Monitoramento Malária13/02/2008 4/15

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