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Projeto Básico Ambiental - Philip M. Fearnside - Inpa

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MADEIRA ENERGIA S.A – MESAde usinas, bases de operação, dentre outros, que poderão interferir nos sítios arqueológicoslocalizados na área de entorno do próprio AHE. Num segundo momento, temos os impactoscausados pelo desvio do curso do rio Madeira e pela construção da represa e enchimento doreservatório.Como compensação pelos impactos causados sobre o patrimônio arqueológico, mesmo em áreasfadadas a impactos irreparáveis, é possível produzir conhecimento com o estudo qualificado ecompleto das evidências arqueológicas registradas como relevantes, antes que estas venham aser afetadas.A destruição dos sítios arqueológicos é a destruição dos vestígios de um antigo processocivilizador (MAGALHÃES, 2005a, 2006; NEVES, 2006) de largo aspecto temporal, cuja sabedoriae conhecimentos sobre a exploração dos recursos naturais amazônicos estão sendo apagados denossa memória histórica, sem qualquer contrapartida compatível com a importância que tiveramno passado.Os materiais encontrados, representados por fragmentos cerâmicos e líticos, apesar daresistência física que apresentaram até aqui, na verdade, encontram-se num limite perigoso. Ascondições desses materiais e dos sedimentos onde eles se encontram, bastante precárias, nãogarantem um tempo maior de existência, quando muito, a maior fragmentação dos mesmos e emquantidade cada vez mais reduzida. Mas todo processo de desgaste natural e o atual ritmo dosdesgastes artificialmente provocados serão acelerados durante a construção e continuarão após oseu funcionamento regular. Portanto, medidas mitigadoras são necessárias.Sabe-se hoje que boa parte da floresta antes considerada intocada na verdade foi fruto daatividade seletiva milenar do homem amazônico. Essa floresta que, em alguns territórios ocupadospelo homem antigo, foi antropicamente manipulada em quase 90% de suas espécies (BALLÉ,1989; MAGALHÃES, 2007), obviamente apresenta uma quantidade fabulosa de recursos naturaisúteis, cada vez mais reduzidos devido às atividades destrutivas do homem moderno.Assim, ainda que a implantação do AHE traga benefícios sociais e econômicos, em última análise,os impactos a serem causados desde o início incidirão, fundamentalmente, sobre o conhecimentoda exploração dos recursos naturais desenvolvidos ao longo de milhares de anos, por populaçõescujos testemunhos hoje são raros vestígios de fragmentos materiais. Esses, por outro lado, sedevidamente estudados, poderão ter parte do conhecimento ali esquecido recuperado e voltadopara a sociedade brasileira contemporânea. Por isto, todo esforço se justifica, seja no âmbitotécnico-científico ou no econômico, para que esses conhecimentos não sejam perdidos parasempre.6 PROCEDIMENTOSApesar das mudanças climáticas que influenciaram na evolução da cobertura vegetal em favor docrescimento da floresta tropical, a exploração e a interferência humana sobre a paisagemamazônica ocorre desde o início do Holoceno. Barbosa (2002) apresenta a hipótese que indica achegada dos primeiros ocupantes dessa grande região a partir de áreas de cerradoremanescentes, concomitantemente, já sendo ocupadas por florestas. Especialmente, em áreasde terrenos ondulados e atravessados por rios perenes. Há algumas evidências que confirmam talhipótese, inclusive uma proveniente da própria bacia do alto-Madeira, no rio Jamarí (RO), comdatação que coincide com o início do Holoceno (MILLER, 1992b).PBA - AHE Santo Antônio – Programas Relacionados ao Patrimônio Arqueológico, Pré-Histórico e Histórico13/02/2008 12/38

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