Revista do TRT 6 Nº 40
Artigos, doutrina e jurisprudência do TRT da 6ª Região - Pernambuco
Artigos, doutrina e jurisprudência do TRT da 6ª Região - Pernambuco
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Revista</strong> <strong>TRT</strong> 6 • DOUTRINA<br />
mediante prévia aprovação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res em assembleia<br />
específica, art. 612/CLT, no exercício de sua liberdade e autonomia<br />
na organização e deliberações sindicais, art. 8º, I/CR, pode e deve<br />
fixar a base de cálculo <strong>do</strong> adicional de insalubridade das categorias<br />
profissionais.<br />
Mais <strong>do</strong> que isto, a negociação coletiva sindical <strong>do</strong> critério<br />
pecuniário da base de cálculo o adicional de insalubridade não viola regras<br />
de higiene, medicina e segurança no trabalho, a proteção jurídica à<br />
integridade física e saúde <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, art. 7º, XXII e 200, VIII/CR,<br />
notadamente, porque há autorização constitucional para negociação/<br />
flexibilização <strong>do</strong> salarial <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, art. 7º, VI e XXVI/CR e art.<br />
613, IV/CLT, e, portanto, também da base de cálculo de salário condição.<br />
Por estas razões, o Poder Judiciário <strong>do</strong> Trabalho possui a<br />
legitimidade jurisdicional para reconhecer a validade e eficácia de suas<br />
disposições, art. 7º, XXVI/CR e art. 613, IV/CLT, em razão da ordem<br />
pública e coletiva no Direito <strong>do</strong> Trabalho, art. 8º, 444 e 619/CLT, e <strong>do</strong>s<br />
princípios <strong>do</strong> Direito Coletivo <strong>do</strong> Trabalho e sua negociação coletiva<br />
(transparência, lealdade e equivalência <strong>do</strong>s contratantes).<br />
4. CONTRADIÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE 04<br />
E DA DECISÃO DO MI 708-DF STF. ANALOGIA<br />
Não obstante a argumentação da distinção e dualidade <strong>do</strong>s<br />
regimes jurídicos público e priva<strong>do</strong> entre os servi<strong>do</strong>res e emprega<strong>do</strong>s<br />
celetistas, bem como a expressa previsão legal de obrigatoriedade de<br />
julgamento <strong>do</strong> Poder Judiciário pelos méto<strong>do</strong>s de interpretação e integração<br />
<strong>do</strong> ordenamento jurídico nas hipóteses de lacunas/vazios normativos, há<br />
outra questão a ser observada.<br />
Como já ressalta<strong>do</strong>, a redação final da Súmula Vinculante,<br />
data máxima vênia, compromete a função institucional <strong>do</strong> Direito Judiciário,<br />
e, as próprias disposições legais <strong>do</strong> art. 8º/CLT, art. 4º/LICC e art. 126/<br />
CPC, ao impossibilitar a supressão da eventual lacuna.<br />
Entra ainda em contradição com decisões <strong>do</strong> próprio Supremo<br />
Tribunal Federal que, diante de omissões legislativas <strong>do</strong> Congresso Nacional,<br />
decidiu a jurisdição constitucional pela aplicação analógica de normas<br />
distintas.<br />
Por exemplo, até os dias atuais, o Congresso Nacional não editou<br />
a Lei Específica prevista no art. 37, VII/CR (Lei Complementar antes da<br />
alteração dada pela EC 19/98), qual seja, a legislação própria, específica e<br />
151