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Revista do TRT 6 Nº 40

Artigos, doutrina e jurisprudência do TRT da 6ª Região - Pernambuco

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<strong>Revista</strong> <strong>TRT</strong> 6 • SENTENÇAS<br />

E não dizemos nada.<br />

Na segunda noite,<br />

Já não se escondem:<br />

Pisam as flores,<br />

Matam nosso cão,<br />

E não dizemos nada.<br />

Até que um dia,<br />

O mais frágil deles<br />

Entra sozinho em nossa casa,<br />

Rouba-nos a lua e,<br />

Conhecen<strong>do</strong> nosso me<strong>do</strong>,<br />

arrancam-nos a voz da garganta.<br />

E porque não dissemos nada,<br />

Já não podemos fazer nada.”<br />

(Eduar<strong>do</strong> Alves da Costa,<br />

in, ‘No Caminho, com Maiakovsky).<br />

Até quan<strong>do</strong> vamos nos calar diante da perda gradual de<br />

nossa essência humana? O homem se perde cada vez mais dentro de si<br />

mesmo, pelo isolamento para com o mun<strong>do</strong>, diante <strong>do</strong> egoísmo, da<br />

falta de emoção e de solidariedade. Somente uma sociedade fraterna e<br />

que valorize a relação humana e os direitos da humanidade poderá<br />

impedir o caos que se coloca em nossas vidas.<br />

O me<strong>do</strong> é uma poderosa arma utilizada pelos poderosos a<br />

fim de incutir nos mais fracos a percepção de que nada podem contra<br />

o Poder das Elites. Criam-se as listas negras para impedir o reingresso<br />

no merca<strong>do</strong> de trabalho para aqueles que ingressaram no Judiciário<br />

atrás de seus direitos, como forma de atemorizar os demais trabalha<strong>do</strong>res<br />

diante da tomada de decisão sobre uma pretensa intenção neste senti<strong>do</strong>.<br />

Utiliza-se a pressão <strong>do</strong> tempo para que o esta<strong>do</strong> de necessidade <strong>do</strong><br />

trabalha<strong>do</strong>r lhe fragilize a ponto de fazer acor<strong>do</strong>s que lhes são<br />

extremamente prejudicais. Retira-se <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r a sua consciência<br />

humana e de cidadão, passan<strong>do</strong>-lhe a ideia de que está só e nada pode<br />

contra o que se impõe ao mesmo. Corrompe-se sua capacidade de luta,<br />

diante das suas necessidades mais imediatas e coloca-se para o mesmo<br />

que o que vale é o presente, abstrain<strong>do</strong>-se a sua necessidade de construir<br />

um futuro melhor para si. O capital tem um viés perverso, pois sua<br />

lógica não se coaduna com a socialização <strong>do</strong>s frutos das riquezas obtidas<br />

e com o senti<strong>do</strong> de felicidade humana. Isola-se o homem cada vez<br />

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