Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra
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Ora ç ã O CO n t ra LeóCrates<br />
a palavra proce<strong>de</strong>m da maneira mais absurda: ou vos<br />
aconselham sobre problemas genéricos, ou acusam e<br />
caluniam tudo e todos, em vez <strong>de</strong> falarem da matéria<br />
sobre a qual tereis <strong>de</strong> julgar. Nenhuma <strong>de</strong>stas opções<br />
oferece dificulda<strong>de</strong>s, nem opinar sobre assuntos que<br />
não estão em discussão, nem formular acusações sobre<br />
casos cuja <strong>de</strong>fesa ninguém assumirá.<br />
12. Mas não é justo da parte <strong>de</strong>les pedir-vos uma<br />
sentença justa, quando a acusação que fazem nada tem<br />
a ver com a justiça. É vossa a culpa disto, Atenienses:<br />
dais toda a liberda<strong>de</strong> retórica aos oradores que vos<br />
falam, quando ten<strong>de</strong>s no conselho do Areópago um<br />
belíssimo exemplo para todos os Gregos, um tribunal<br />
tão superior a qualquer outro que até os con<strong>de</strong>nados<br />
reconhecem a justiça das suas sentenças. 13. Fixai os<br />
olhos neste mo<strong>de</strong>lo, evitai dar atenção aos que falam <strong>de</strong><br />
matérias irrelevantes: só assim o processo <strong>de</strong>correrá sem<br />
os acusados serem objecto <strong>de</strong> calúnias nem os acusadores<br />
se portarem como sicofantas, e vós po<strong>de</strong>reis sentenciar<br />
com total respeito pelo vosso juramento. É impossível<br />
que juízes não escrupulosamente esclarecidos profiram<br />
uma sentença escrupulosamente justa 10 .<br />
10 A tradução <strong>de</strong>sta frase correspon<strong>de</strong> ao texto grego da edição J.<br />
Engels: ’Αδύνατον γάρ ε̉στι μὴ δικαίως δεδιδαγμένους δικαίαν<br />
θέσθαι τὴν ψῆφον. O texto dos mss. oferece, entre ε̉στι e μή, a<br />
expressão ἄνευ τοῦ λόγου, a qual é entendida por Burtt como<br />
uma mera glosa; como tal, elimina-a, colocando-a entre parênteses<br />
rectos. Este mesmo editor introduz antes <strong>de</strong> μή a conjectura, <strong>de</strong> sua<br />
autoria, < τούς >. Por sua vez, entre τοῦ e λόγου, tanto Durrbach<br />
como Treves aceitam uma conjectura <strong>de</strong> Nicolai, .<br />
Para que o leitor forme o seu juízo pessoal sobre estas leituras<br />
juntamos as respectivas traduções: “Si l’ on ne vous parle pas dans<br />
cet esprit, il est impossible que la justice vous éclaire et qu’ elle