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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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J. A. Segurado e Campos<br />

que lhe foram feitas pelos que o invejavam, nem uma<br />

só encontrastes que correspon<strong>de</strong>sse à verda<strong>de</strong>; tínheis<br />

mesmo tanta confiança nele, no seu estatuto <strong>de</strong> exemplar<br />

<strong>de</strong>mocrata, que em muitos processos bastava conhecer a<br />

opinião <strong>de</strong> Licurgo para formular<strong>de</strong>s um justo juízo, o que<br />

não suce<strong>de</strong>ria se não désseis tanto valor à sua palavra. 7.<br />

Mas presentemente, todos quantos ouvem contar como<br />

os seus filhos foram para a prisão, manifestam pieda<strong>de</strong><br />

pelo <strong>de</strong>funto, indignam-se pelo sofrimento imerecido<br />

infligido aos filhos, e censuram-vos amargamente, em<br />

termos que eu nem me atreveria a reproduzir aqui.<br />

Incomoda-me ouvir tais censuras, procuro rebatê-las e<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-vos na medida do possível, mas reproduzo as<br />

críticas contra vós apenas para vos tornar claro como<br />

são numerosos os censores, e na medida em que tal me<br />

parecer útil para a vossa informação; enunciar tudo em<br />

pormenor será fastidioso.<br />

8. Em contrapartida, as críticas que vos dirigem<br />

certas pessoas bem intencionadas, essas penso que será<br />

útil ouvi-las, por isso irei quero que as fiqueis a conhecer.<br />

Ninguém imagina que vós <strong>de</strong>sconhecíeis a verda<strong>de</strong>, ou<br />

que vos tínheis <strong>de</strong>ixado enganar precisamente no caso<br />

<strong>de</strong> Licurgo. Dado o gran<strong>de</strong> lapso <strong>de</strong> tempo em que<br />

ele exerceu o seu cargo sem que nunca da parte <strong>de</strong>le<br />

se <strong>de</strong>scobrisse para convosco nenhuma intenção nem<br />

nenhum acto menos justo, e dado que nenhum homem<br />

em circunstância alguma vos acusou <strong>de</strong> inconsciência,<br />

é evi<strong>de</strong>nte que não po<strong>de</strong>reis invocar como <strong>de</strong>sculpa a<br />

ignorância. 9. Resta, portanto, aquilo que toda a gente<br />

consi<strong>de</strong>ra como coisa digna <strong>de</strong> gente sem escrúpulos:<br />

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