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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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205<br />

Ora ç ã O CO n t ra LeóCrates<br />

era agindo <strong>de</strong>ste modo que se <strong>de</strong>fendiam dos perigos.<br />

Secretário, toma o <strong>de</strong>creto e dá-o a conhecer aos juízes.<br />

Leitura do <strong>de</strong>creto<br />

115. Acabais <strong>de</strong> ouvir, Cidadãos, a leitura do<br />

<strong>de</strong>creto. Depois <strong>de</strong> ter mandado <strong>de</strong>senterrar os ossos do<br />

traidor o povo or<strong>de</strong>nou que fossem expulsos da Ática,<br />

con<strong>de</strong>nou à morte Aristarco e Aléxicles, que tentaram<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r Frínico, e proibiu que fossem sepultados na<br />

pátria 117 . Então e vós, que ten<strong>de</strong>s bem vivo nas vossas<br />

mãos o homem que traiu a vossa cida<strong>de</strong>, que ireis votar a<br />

sua sorte, <strong>de</strong>ixá-lo-eis partir sem castigo? 116. Querereis,<br />

por acaso, mostrar-vos inferiores aos nossos maiores?<br />

Enquanto estes puniram com a pena máxima homens<br />

que se limitaram a auxiliar verbalmente um traidor, vós<br />

<strong>de</strong>ixareis partir como inocente alguém que traiu o povo,<br />

não por palavras, mas por actos? Não, Cidadãos, não,<br />

Juízes 118 ! 119 , não é tradição, seria<br />

117 A referência a estes dois amigos do con<strong>de</strong>nado Frínico tem por<br />

objectivo sugerir aos juízes que apliquem o mesmo tratamento aos<br />

eventuais <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> <strong>Leócrates</strong>. Na realida<strong>de</strong>, as circunstâncias<br />

em que Aristarco e Aléxicles encontraram a morte foi bastante<br />

diferente das nque Licurgo aponta; v. o que sobre estas personagens<br />

dizem Tucídi<strong>de</strong>s VIII, 98, e Xenofonte, Helénicas, I, 7, 28.<br />

118 A expressão grega do original, ándres dikastái, traduz-se<br />

simplesmente por “Juízes” (lit. “homens juízes”. A versão que<br />

adoptámos tem por finalida<strong>de</strong> sublinhar a intenção <strong>de</strong> Licurgo:<br />

apelas aos juízes que vão ditar a sentença <strong>de</strong> <strong>Leócrates</strong>, não só na<br />

qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> encarregados <strong>de</strong> julgar o réu, mas sobretudo na <strong>de</strong><br />

cidadãos que foram objecto da traição <strong>de</strong> <strong>Leócrates</strong>.<br />

119 A versão adoptada correspon<strong>de</strong> à conjectura <strong>de</strong> Blass,<br />

adoptada por Durrbach, oúte gàr émphyton, mas não existe nos<br />

mss., e não é aceite por Engels. Outras conjecturas têm sido<br />

aventadas por outros editores, v. Petrie, 236.

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