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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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Li c u r g O: O O ra d O r e a s u a c i rc u n s t â n c i a<br />

tempo como um dos meios <strong>de</strong> prova mais eficazes. A<br />

leitura da citação equivale, portanto, a um testemunho<br />

comprovativo do facto <strong>de</strong>, por um lado, Licurgo, o<br />

acusador, ter exigido a entrega dos escravos, e <strong>de</strong>, por<br />

outro lado, <strong>Leócrates</strong>, o réu, ter-se recusado a fazer essas<br />

entrega. Esta recusa equivale a uma confissão <strong>de</strong> culpa:<br />

Licurgo não <strong>de</strong>ixa escapar esta conclusão, <strong>de</strong>monstrativa<br />

aos olhos dos juízes <strong>de</strong> que <strong>Leócrates</strong> era um criminoso<br />

impenitente.<br />

15.5. Um ponto <strong>de</strong> viragem no paradigma das<br />

alegações <strong>de</strong> Licurgo é ainda marcado pelo § 37: a<br />

metabolê mais radical sofrida por Atenas é aquela que<br />

ilustra, pela radicalida<strong>de</strong> dos seus artigos, o chamado<br />

“<strong>de</strong>creto <strong>de</strong> Hiperi<strong>de</strong>s”, cuja leitura Licurgo manda fazer,<br />

na medida em que a situação prevista pelo dito <strong>de</strong>creto<br />

representa o supremo abaixamento a que se viu reduzida<br />

a <strong>de</strong>mocracia ateniense: os escravos passavam a homens<br />

livres, os estrangeiros a Atenienses, e os con<strong>de</strong>nados à<br />

perda <strong>de</strong> direitos cívicos recuperavam na totalida<strong>de</strong> esses<br />

mesmos direitos 202 . A alteração <strong>de</strong> paradigma consiste<br />

em que a série dos factos mencionados é objecto <strong>de</strong><br />

confirmação pelo recurso à leitura dos testemunhos<br />

correspon<strong>de</strong>ntes, enquanto a partir da leitura do “<strong>de</strong>creto<br />

<strong>de</strong> Hiperi<strong>de</strong>s” os casos citados, cuja historicida<strong>de</strong> é<br />

tomada como indiscutível, proce<strong>de</strong>m à sua confirmação<br />

através do exemplo, ou porque a solução encontrada<br />

para os vários problemas <strong>de</strong>ve ser usada como mo<strong>de</strong>lo ao<br />

pronunciar a sentença no caso <strong>de</strong> <strong>Leócrates</strong>, ou porque<br />

põe em cena um comportamento diametralmente<br />

202 C. Leocr., 41.<br />

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