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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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Li c u r g O: O O ra d O r e a s u a c i rc u n s t â n c i a<br />

Quanto às suas possibilida<strong>de</strong>s económicas alguns dados<br />

existem fornecidos pelo próprio Licurgo: sabemos<br />

assim que <strong>Leócrates</strong>, enquanto vivia em Atenas, tirava<br />

os seus rendimentos <strong>de</strong> uma oficina metalúrgica em<br />

que trabalhavam vários escravos 138 , bem como <strong>de</strong> uma<br />

participação na cobrança do imposto <strong>de</strong> 2% aplicado ao<br />

comércio <strong>de</strong> cereais 139 .<br />

12.2. Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser conhecida em Atenas a<br />

<strong>de</strong>rrota sofrida em Queroneia, <strong>Leócrates</strong>, ou com receio<br />

físico <strong>de</strong> ser envolvido na situação pouco agradável<br />

<strong>de</strong> participar numa eventual conquista e <strong>de</strong>vastação<br />

<strong>de</strong> Atenas por parte <strong>de</strong> Filipe II, ou com medo <strong>de</strong> ver<br />

ameaçados os seus negócios e o seu correspon<strong>de</strong>nte nível<br />

<strong>de</strong> vida, juntou todo o seu dinheiro e, acompanhado da<br />

sua hetera, <strong>de</strong> nome Iréni<strong>de</strong> 140 , e dos seus escravos 141 ,<br />

138 C. Leocr., 58. Não há nenhuma informação sobre o números dos<br />

escravos que trabalhavam nessa oficina. Recor<strong>de</strong>-se que o pai do orador<br />

Lísias possuía uma fábrica <strong>de</strong> armas (logo, uma “oficina metalúrgica”)<br />

que transmitiu aos filhos e, tanto quanto se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir do discurso<br />

<strong>Contra</strong> Eratóstenes, parece ter sido uma boa fonte <strong>de</strong> rendimentos.<br />

139 C. Leocr., 19 e 58.<br />

140 Cf. a oração fúnebre <strong>de</strong> Péricles em honra dos mortos nos<br />

primeiros combates da guerra do Peloponeso (Tucídi<strong>de</strong>s, II, 34<br />

[<strong>de</strong>scrição das cerimónias, cujo momento mais alto será a oração<br />

pronunciada por Péricles], 35-46 [recriação por Tucídi<strong>de</strong>s do que<br />

terá sido o discurso real <strong>de</strong> Péricles]). Nesse célebre discurso Péricles<br />

afirma que o melhor elogio que se po<strong>de</strong> fazer à honestida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

mulher ateniense é nem sequer pronunciar o seu nome em público<br />

(Tucídi<strong>de</strong>s, II, 45, 2). O facto é que os nomes femininos reais que<br />

chegaram ao nosso conhecimento são <strong>de</strong> mulheres cuja moralida<strong>de</strong><br />

ou condição social não eram absolutamente respeitáveis (Aspásia,<br />

hetera, concubina <strong>de</strong> Péricles; Neera, também hetera, protagonista<br />

<strong>de</strong> um discurso <strong>de</strong> Apolodoro; etc.). A menção do nome “Iréni<strong>de</strong>”<br />

por Licurgo situa-se na mesma linha.<br />

141 Deve tratar-se, no caso dos escravos que acompanharam<br />

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