15.04.2013 Views

Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

255<br />

An e x o - t e x t o s<br />

segurança a essa tarefa. 42. Não po<strong>de</strong>reis <strong>de</strong>monstrar<br />

que recebi o que quer que fosse <strong>de</strong> Hárpalo: nada ficou<br />

provado em tribunal, nada recebi. Se a digna reputação<br />

do Conselho ou do Areópago atrai agora o vosso olhar<br />

lembrai-vos <strong>de</strong> Aristogíton e escon<strong>de</strong>i a face: não posso<br />

dar uma or<strong>de</strong>m menos amarga a quem tão indignamente<br />

se comportou para comigo. 43. Não é possível que useis<br />

os mesmos argumentos para <strong>de</strong>clarar justa a absolvição<br />

daquele e a minha con<strong>de</strong>nação: não faltareis assim tanto<br />

às leis da lógica! Eu não sou digno disto, não mereço<br />

que procedais assim comigo, não sou pior cidadão<br />

que Aristogíton, mas é por vossa causa que sou um<br />

<strong>de</strong>sgraçado, isso confesso-o! Como não será <strong>de</strong>sgraçado<br />

um homem que, para cúmulo <strong>de</strong> outros males, se vê<br />

confrontado com Aristogíton – e enquanto eu estou na<br />

<strong>de</strong>sgraça e ele vive em plena segurança?!<br />

44. Não tireis das minhas palavras a conclusão <strong>de</strong><br />

que estou encolerizado convosco: não seria capaz <strong>de</strong> um<br />

tal sentimento a vosso respeito! Mas para as vítimas<br />

<strong>de</strong> uma injustiça o falar das próprias <strong>de</strong>sgraças serve <strong>de</strong><br />

alguma consolação, tal como os gemidos provocados<br />

pela dor. A minha boa vonta<strong>de</strong> a vosso respeito é aquela<br />

que eu gostaria que tivésseis para comigo. Seja diante<br />

<strong>de</strong> quem for, sempre <strong>de</strong>clarei e sempre <strong>de</strong>clararei isto<br />

mesmo. 45. Des<strong>de</strong> o início da minha carreira tenho a<br />

convicção <strong>de</strong> que todo o homem político, se for um<br />

cidadão justo, <strong>de</strong>ve comportar-se com todos os seus<br />

concidadãos tal como os filhos se comportam com os<br />

pais, isto é, pedir que lhes caibam em sorte os mais bem<br />

dotados que possível for, mas suportar com boa vonta<strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!