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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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Licurgo<br />

juramentos e da boa fé que os vossos pais garantiram aos<br />

<strong>de</strong>uses como penhor da felicida<strong>de</strong> colectiva <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>,<br />

disso já não querereis ser her<strong>de</strong>iros.<br />

128. Mas não é apenas a vossa cida<strong>de</strong> que tem<br />

dado este tratamento aos traidores, pois o mesmo<br />

fizeram os Lace<strong>de</strong>mónios. Não vos cause aborrecimento,<br />

Cidadãos, o facto <strong>de</strong> eu com frequência invocar o<br />

exemplo <strong>de</strong> Esparta. É bom recordar os exemplos<br />

<strong>de</strong> respeito pela justiça dados por uma cida<strong>de</strong> bem<br />

governada, pois graças a eles po<strong>de</strong>reis ver confirmadas<br />

a justiça do vosso voto e a sua conformida<strong>de</strong> com o<br />

juramento que fizestes. Suce<strong>de</strong>u que os Espartanos<br />

surpreen<strong>de</strong>ram o seu rei Pausânias em flagrante,<br />

tentando trair a Grécia em proveito dos Persas, mas ele<br />

conseguiu escapar e refugiar-se no Templo <strong>de</strong> Bronze<br />

<strong>de</strong> Atena 132 ; eles então barricaram a porta, retiraram o<br />

tecto, ro<strong>de</strong>aram <strong>de</strong> guardas todo o edifício 129. e não<br />

se foram embora senão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ele ter morrido à<br />

fome, mostrando assim que lhe tinham aplicado a pena<br />

capital, e que a protecção que os <strong>de</strong>uses conce<strong>de</strong>m não<br />

é válida para os traidores 133 . O primeiro <strong>de</strong>lito que os<br />

criminosos cometem é a impieda<strong>de</strong> para com os <strong>de</strong>uses,<br />

a quem privam dos actos <strong>de</strong> culto tradicionais. Mas<br />

o melhor exemplo do modo <strong>de</strong> agir dos Espartanos é<br />

aquele que eu vou referir agora. Eles publicaram uma<br />

132 Lit. “no santuário da (<strong>de</strong>usa) da morada <strong>de</strong> bronze” (gr.<br />

Khalkíoikos). Sobre as explicações aventadas para este epíteto <strong>de</strong><br />

Atena “protectora da cida<strong>de</strong>” <strong>de</strong> Esparta, v. Petrie, o.c., pp. 206-7.<br />

133 Sobre este episódio v. a narração <strong>de</strong> Tucídi<strong>de</strong>s, I, 134.<br />

Pausânias, na realida<strong>de</strong>, não era rei <strong>de</strong> Esparta, mas apenas regente<br />

em nome do seu primo Plistarco (Petrie, o.c., p. 206).<br />

212

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