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Oração Contra Leócrates - Universidade de Coimbra

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247<br />

An e x o - t e x t o s<br />

ódio na pessoa dos filhos, e se o povo, a quem cada um<br />

dos políticos <strong>de</strong>mocratas não preten<strong>de</strong> senão favorecer,<br />

apenas se lembra do que lhes <strong>de</strong>ve enquanto beneficia<br />

dos seus serviços, mas, passados estes nunca mais neles<br />

pensa, então a coisa mais <strong>de</strong>sgraçada que um homem<br />

po<strong>de</strong> fazer é tomar partido pela <strong>de</strong>mocracia!<br />

16. Se Mérocles respon<strong>de</strong>r que estas consi<strong>de</strong>rações<br />

são <strong>de</strong>masiado subtis para o seu entendimento, e que<br />

nele só pôs a ferros os filhos <strong>de</strong> Licurgo para que eles<br />

não fugissem, perguntai-lhe vós porque é que, quando<br />

Táureas, Pateco, Aristogíton e ele próprio foram levados<br />

para a prisão, não só não foram postos a ferros, como<br />

ainda usavam da palavra na Assembleia, ele não <strong>de</strong>fendia<br />

a mesma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> justiça que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> agora. 17. Se<br />

argumentar que nessa altura ainda não era arconte,<br />

então também é verda<strong>de</strong> que a lei não o autorizava a<br />

falar ao povo. Como é que se po<strong>de</strong> julgar equivalente<br />

serem arcontes homens que nem sequer têm direito a<br />

usar da palavra e pôr a ferros os filhos <strong>de</strong> um homens<br />

a quem todos vós tanto <strong>de</strong>veis? 18. Eu por mim não<br />

consigo compreendê-lo, a não ser que seja vossa intenção<br />

<strong>de</strong>monstrar publicamente que a hipocrisia, a <strong>de</strong>sfaçatez,<br />

a opção <strong>de</strong>liberada pelo mal ganharam a supremacia na<br />

cida<strong>de</strong> e propiciam a gente <strong>de</strong>sta melhor oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sembaraçar, garantindo-lhes a absolvição no caso<br />

<strong>de</strong> lhes suce<strong>de</strong>r algum percalço, ao passo que a escolha<br />

da honestida<strong>de</strong> e da <strong>de</strong>cência, e a vida em <strong>de</strong>mocracia<br />

constituem uma opção perigosa, pois se algum aci<strong>de</strong>nte<br />

nos suce<strong>de</strong>r não há por on<strong>de</strong> escapar.<br />

19. Po<strong>de</strong>ria também dizer que não é justo fazer

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