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que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

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E assim como Virginia, quis também encontrar as “minhas cenas” do filme As Horas,<br />

para falar <strong>da</strong>s personagens e dos temas aqui escolhidos. Cenas <strong>que</strong> representassem os “meus<br />

assuntos”, <strong>que</strong> tocassem a “minha trilha so<strong>no</strong>ra” e repercutissem às “minhas on<strong>da</strong>s de<br />

reali<strong>da</strong>de”.<br />

A abor<strong>da</strong>gem do filme será feita através de quatro cenas escolhi<strong>da</strong>s; cenas <strong>que</strong> o<br />

crítico Ismail Xavier define como uma “[...] forma de apresentação detalha<strong>da</strong> de uma situação<br />

específica com uni<strong>da</strong>de de <strong>espaço</strong> e continui<strong>da</strong>de de tempo. O <strong>que</strong> ocorre num determinado<br />

lugar é descrito em porme<strong>no</strong>r de modo a podermos compor uma imagem <strong>da</strong> interação entre<br />

personagens bem identifica<strong>da</strong>s, saber exatamento o <strong>que</strong> dizem e ter um senso <strong>da</strong> duração do<br />

evento” (2003, p. 72). No entanto, a essas cenas do trabalho vou chamar de Seqüência, já <strong>que</strong><br />

analisarei Cenas <strong>que</strong> se estendem, <strong>que</strong> se mesclam umas nas outras, pela própria construção<br />

do filme. Através dessas Sequências, serão foca<strong>da</strong>s <strong>que</strong>stões relativas à subjetivi<strong>da</strong>de<br />

<strong>feminina</strong> diluí<strong>da</strong>s nas metáforas <strong>da</strong>s águas, dos <strong>mergulho</strong>s; <strong>da</strong>s escolhas e do <strong>espaço</strong> <strong>da</strong><br />

cozinha, como metonímia do <strong>espaço</strong> <strong>da</strong> casa e <strong>da</strong> domestici<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>ndo assim uma<br />

continui<strong>da</strong>de ao <strong>que</strong> já foi analisado <strong>no</strong> capítulo 2. As Seqüências escolhi<strong>da</strong>s são: Sequência<br />

1­ O Prólogo e final do filme, ou o suicídio de Mrs. Woolf; Sequência 2­ A seqüência do<br />

quarto de Hotel – Mrs. Brown e o suicídio simbólico. No Quarto também onde – Mrs. Woolf<br />

escreve Mrs. Dalloway; o dilema <strong>da</strong> criação artística. enquanto Mrs. Brown lê Mrs. Dalloway;<br />

Sequência 3­ Na Cozinha, Mrs. Dalloway e a sombra do passado. Por fim, a Seqüência 4­ Na<br />

estação de trem e todo o sentimento de incompletude; a apreensão do caráter fugidio <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

decorrendo em uma dor psíquica em busca de um desti<strong>no</strong> todo <strong>no</strong>sso.<br />

Para se analisar um filme, uma cena ou um fragmento, é importante considerar alguns<br />

pontos, como é ressaltado <strong>no</strong> livro Ensaio sobre análise fílmica:<br />

Antes de mais na<strong>da</strong>, <strong>no</strong> sentido científico do termo, assim como se analisa, por<br />

exemplo, a composição química DA ÁGUA, decompô­lo em seus elementos<br />

constitutivos. É despe<strong>da</strong>çar, descosturar, desunir, extrair, separar, destacar,<br />

de<strong>no</strong>minar materiais <strong>que</strong> não se percebem isola<strong>da</strong>mente ´a olho nu´, pois se é<br />

tomado pela totali<strong>da</strong>de. Parte­se portanto, do texto fílmico para ´desconstruí­lo´ e<br />

obter um conjunto de elementos distintos do próprio filme (2002, p. 15).<br />

O livro ain<strong>da</strong> considera uma segun<strong>da</strong> fase de análise, <strong>que</strong> consiste em “ estabelecer<br />

elos entre esses elementos isolados, em compreender como eles se associam e se tornam<br />

cúmplices para fazer surgir um todo significante: reconstruir o filme ou o fragmento” (2002,<br />

p.15). Nessa re­construção, faz­se necessário ver e re­ver o filme várias vezes e ca<strong>da</strong> vez <strong>que</strong><br />

se vê um filme, é sempre um olhar inaugural; tentar plasmar o momento (assim como a

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