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que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

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CAPÍTULO 1 ­ FICÇÃO PÓS ­MODERNA – INTERTEXTUALIDADE, DIÁLOGO E<br />

APROPRIAÇÃO.<br />

As fronteiras de um livro nunca são bem defini<strong>da</strong>s: por trás do título, <strong>da</strong>s primeiras<br />

linhas e do último ponto final, por trás de sua configuração interna e de sua forma<br />

autô<strong>no</strong>ma, ele fica preso num sistema de referências a outros livros, outros textos,<br />

outras frases: é um nó dentro de uma rede. (Michel Foucault apud Lin<strong>da</strong> Hutcheon,<br />

1988, p.167).<br />

No seu livro, Poética do pós­modernismo, a teórica canadense Lin<strong>da</strong> Hutcheon<br />

disserta sobre a origem, o percurso, características, caminhos, autores, e o <strong>que</strong> ela vai chamar<br />

de uma Poética de uma história, uma teoria, e uma ficção, a do pós­modernismo. Conceitos de<br />

Diferença, de Centro x Margens, de Originali<strong>da</strong>de, de Paródia, de Metaficção Historiográfica,<br />

de Escrita, de Ver<strong>da</strong>des, de Ironia, de Referente, Subjetivi<strong>da</strong>de, de Real, enfim, um labirinto<br />

como o próprio conceito de Pós sugere e como Hutcheon define:<br />

[...] o debate começa pelo significado do prefixo ´pós´­ um e<strong>no</strong>rme palavrão de três<br />

letras. Será <strong>que</strong> ele possui uma aura de superação e rejeição tão grande quanto muitos<br />

o afirmam? Eu diria <strong>que</strong>...a ´Posição Pós´ assinala sua dependência e sua<br />

independência contraditórias em relação àquilo <strong>que</strong> precedeu <strong>no</strong> tempo e <strong>que</strong>,<br />

literalmente, possibilitou sua existência. Portanto, a relação do pós­modernismo como<br />

o modernismo é tipicamente contraditória [...] (1991, p.36).<br />

Complementa ain<strong>da</strong> Hutcheon sobre o termo pós­moder<strong>no</strong>, explicando a significação<br />

do hífen: “Creio <strong>que</strong> o termo pós­moder<strong>no</strong> <strong>da</strong> forma como é escrito, significa algo mais do<br />

<strong>que</strong> ´um hífen cercado por uma contradição´...O hífen caracteriza mais do <strong>que</strong> ´um passo<br />

hesitante. Um tênue enxerto; a cau<strong>da</strong> apara<strong>da</strong> do híbrido” (HUTCHEON, 1991, p.60).<br />

Para Hutcheon o pós­moder<strong>no</strong> vem sempre acompanhado de uma retórica<br />

negativiza<strong>da</strong> e de um vocábulo cheio de prefixos <strong>que</strong> veiculam idéias de: descontinui<strong>da</strong>de,<br />

desmembramento, deslocamento, descentralização, indeterminação, antitotalização. A<br />

contradição faz parte <strong>da</strong> essência do pós­modernismo, aliás, a palavra essência não é a mais<br />

adequa<strong>da</strong>, uma vez <strong>que</strong> o centro começa a <strong>da</strong>r lugar às margens e a universali<strong>da</strong>de totalizante<br />

começa a desconstruir a si mesma. Outros adjetivos vão melhor descrever essa contradição:<br />

“[...] híbrido, heterogêneo, descontínuo, antitotalizante, incerto” são alguns citados por<br />

Hutcheon. Junto com esses adjetivos ela também cita as metáforas, como a imagem do<br />

labirinto, tão utiliza<strong>da</strong> pelo escritor argenti<strong>no</strong> Jorge Luis Borges, <strong>que</strong> não tem centro nem<br />

periferia, e por fim conclui: “Mas a força dessas <strong>no</strong>vas expressões sempre provém

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