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que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

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CAPÍTULO 2: A EXPERIÊNCIA DA SUBJ ETIVIDADE FEMININA EM AS HORAS ­<br />

O ROMANCE.<br />

Mas será <strong>que</strong> um único dia na vi<strong>da</strong> de uma mulher comum<br />

pode conter o suficiente para um romance? (AS HORAS)<br />

Já se vão longe os tempos em <strong>que</strong> Jane Austen sentava <strong>no</strong> seu living­room para<br />

observar o dia a dia e escrever ficção entre o fogão e um ponto de crochê com sua razão e<br />

sensibili<strong>da</strong>de. Ou ain<strong>da</strong> <strong>que</strong> uma <strong>da</strong>s Bronté ouvia seus ventos uivantes e uma Virginia Woolf<br />

concluía <strong>que</strong>, para <strong>que</strong> a criativi<strong>da</strong>de florescesse, as mulheres precisavam de um teto todo seu.<br />

No romance Mrs. Dalloway, o personagem de Peter perguntava à Sally: “What does the brain<br />

matter compared to the heart?” (MRS. DALLOWAY, 1998) 14 .<br />

Foi preciso pelo me<strong>no</strong>s um século, para <strong>que</strong> os diários fossem espiados, as gavetas<br />

rebusca<strong>da</strong>s, as cartas li<strong>da</strong>s, e a poeira tira<strong>da</strong> dos escritos, para se descobrir um pouco mais<br />

sobre as vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s mulheres do <strong>que</strong> somente uma tradição. Se resgatou também uma escrita,<br />

uma escrita <strong>que</strong> falasse de bolos de Nina Horta, ou Como água para chocolate de Laura<br />

Esquivel, de “Sangue de Mênstruo” de Marina Colasanti, “Aos teus pés” de Ana Cristina<br />

César, The bell jar de Sylvia Plath, dos A<strong>no</strong>s Bissextos e Fúcsia de Vitória Lima, de O<br />

semelhante e A fúria <strong>da</strong> beleza de Elisa Lucin<strong>da</strong>, de Divã e Montanha Russa, de Martha<br />

Medeiros, de O despertar de Kate Chopin, e viva Afrodite ! de Isabel Allende.<br />

Nesse caminho tecendo por trás dos pa<strong>no</strong>s e por <strong>no</strong>vos paradigmas, alguns complexos<br />

foram analisados: de Cinderela, de Peter Pan, e alguns mitos <strong>que</strong>stionados. O mito do amor<br />

mater<strong>no</strong>, com Elizabeth Badinter perguntando se somos realmente essas mães incondicionais?<br />

Trazemos em <strong>no</strong>ssos genes essas obrigatorie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de? Que o diga Adrienne Rich<br />

em Of woman born!<br />

Acho <strong>que</strong> já conseguimos colher algumas flores dos jardins de <strong>no</strong>ssas mães, como<br />

resultado de um dos escritos mais inspiradores de Alice Walker, “In search o our mother´s<br />

garden” (1985, p. 2374), <strong>que</strong> escreveu sobre a criativi<strong>da</strong>de <strong>feminina</strong> através do cultivo de<br />

flores, jardinagens, e do poder <strong>que</strong> adquirimos através dessa herança transformadora <strong>da</strong>s<br />

<strong>no</strong>ssas “mães jardineiras”.<br />

14 Que importância tem a razão compara<strong>da</strong> à emoção? (tradução livre). Extraído do filme Mrs. Dalloway, direção<br />

de Marleen Gorris, 1998)

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